TV Declatra transmitirá entrevista com Fernando Haddad
Neste domingo (23), às 11h30, a TV Declatra transmitirá, ao vivo, entrevista com o professor e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad. Ele conversará com o linguista Gustavo Conde, que recentemente, firmou uma parceria com o Instituto Declatra para a transmissão de entrevistas com personalidades da vida pública brasileira.
A perspectiva de um Brasil mais democrático, pandemia, as eleições de 2018 quando Fernando Haddad foi candidato à Presidência da República, Fake News, comunicação, educação pública e sua gestão na prefeitura de São Paulo são alguns dos temas que o ex-prefeito da capital paulista abordará com Conde.
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Violência e abuso contra a criança na pauta do iDeclatra na Cultura
O recente caso da menina, de 10 anos, que engravidou ao ser estuprada gerou revolta nas mídias sociais. Em primeiro lugar pela obviedade da barbárie do crime, cujas autoridades policiais investigam o tio como possível autor. Em segundo lugar pela organização de grupos religiosos que tentaram impedir a interrupção da gestação, que estava amparada por lei.
Para debater a violência e o abuso contra as crianças a diretora do Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (iDeclatra), Mírian Gonçalves, recebeu Jussara Gouveia, bacharel em direito, liderança política e presidenta de honra da associação estadual de conselheiros tutelares e Juliana Bertholdi professora de Direito Público, advogada criminalista e eleitoralista, pós graduada em Direito Eleitoral, especialista em Direito Público. Elas debateram o tema com a jornalista Mariane Antunes.
O crime que e a exposição das vítimas dessas violências, as mudanças no comportamento das crianças vítimas de violência, a relação com familiares, o constrangimento social causado pela polêmica da interrupção da gravidez no caso da menina de 10 anos, a evasão escolar, os tipo de violência, a importância dos conselhos tutelares e toda a legislação que envolve este tipo de crimes são alguns dos temas que você confere nesta edição que você pode assistir, na íntegra, ao final deste texto.
O iDeclatra na Cultura é transmitido todas as terças e quintas-feiras, ao meio-dia, na Rádio Cultura de Curitiba. Você pode acompanhar o programa ao vivo pela AM 930, pelo site, pela Fan Page do Instituto Declatra ou da própria Rádio Cultura.
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Escritores e juristas debatem o livro “Relações Indecentes” em live nesta quarta-feira
O Coletivo Transforma MP promove, nesta quarta-feira (19), às 18h, o debate “Relações Indecentes: descortinando a Lava Jato” com transmissão ao vivo pelo YouTube. O ponto central será a atuação da força-tarefa, as análises presentes no livro e as revelações do The Intecept Brasil que apontaram conluios para prejudicar adversários políticos.
Os convidados são o presidente do Instituto Declatra, Wilson Ramos Filho, o Xixo, o magistrado e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Hugo Melo, a pesquisadora da UnB Tânia Oliveira e a escritora e doutora em filosofia, Elika Takimoto. A procuradora Vanessa Patriota e o promotor José Borges Jr, ambos membros do coletivo Transforma MP, mediarão o debate.
Clique aqui para acessar o canal onde será transmitido o debate e confira abaixo um pouco mais sobre os debatedores.
Wilson Ramos Filho (Xixo) é professor na UFPR, presidente do Instituto Defesa da Classe Trabalhadora.
Elika Takimoto é Professora de Física do CEFET/RJ, Doutora em Filosofia pela UERJ, Mestre em História pela UFRJ, vencedora do prêmio Saraiva Literatura.
Hugo Melo é Juiz do Trabalho, Doutor em Ciência Política, Professor da UFPE, Presidente da Academia Pernambucana de Direito do Trabalho e Membro da ABJD.
Tânia Oliveira é membra da coordenação nacional da Associação Brasileira de juristas pela democracia -ABJD, pesquisadora do grupo candango de criminologia – GCcrim/Unb.
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Liberdade de imprensa e de expressão: qual o limite ético?
Quais são os limites éticos da liberdade de imprensa e de expressão? Elas caminham juntas? Quais os caminhos para a democratização da comunicação? Como funcionam as concessões públicas para emissoras de televisão e de rádio? Qual o papel da mídia comercial na criminalização da democracia? Já existe censura no Brasil? Estas são algumas das perguntas cujas respostas você encontra no iDeclatra na Cultura desta quinta-feira (13).
A diretora do Instituto Declatra, Mírian Gonçalves e a jornalista Mariane Antunes conversaram com o escritor e também jornalista Laurindo Leal Filho sobre o tema. Para ele, um dos principais problemas que o Brasil enfrenta é a ausência de um órgão regulador para o setor, a exemplo do que acontece em outros países como na Inglaterra.
“A empresa que recebeu a concessão pública não foi a que deu o maior lance financeiro, mas sim a que apresentou a melhor programação segundo o critérios deles. No Brasil nunca tivemos uma análise de conteúdo. Em São Paulo, a maior cidade do Brasil, temos uma emissora que pode ser considerar alternativa que é a da Rede Brasil Atual. As têm uma programação homogênea. Muda voz do locutor, mas o restante é semelhante. A história do controle remoto ser o regulador é balela”, apontou.
Outro problema relacionado às concessões é a forma como espaços são revendidos por emissoras de televisão, seja para venda de produtos, leilões ou programação religiosa. “Eles recebem a concessão pública e revendem. É como se eu alugasse um pedaço da minha rua, que é pública”, criticou.
O iDeclatra na Cultura é transmitido todas as terças e quintas-feiras, ao meio-dia, na Rádio Cultura de Curitiba. Você pode acompanhar o programa ao vivo pela AM 930, pelo site, pela Fan Page do Instituto Declatra ou da própria Rádio Cultura.
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Instituto Declatra estreia Pensando Bem ao Vivo; convidado foi o professor Marcio Pochmann
O Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (iDeclatra) estreiou nesta segunda-feira (10) um novo espaço de debates: o Pensando Bem ao Vivo. O programa de entrevistas que surgiu a partir do quadro “Pensando Bem”, com pequenos drops de análise informativas e divulgado pelas mídias sociais, agora transformou-se em um quadro semanal que trará grandes nomes para debater temas da atualidade.
No programa de estreia o diretor do Instituto Declatra, Ricardo Mendonça, entrevistou o economista e professor Marcio Pochmann. A ausência de iniciativas para o combate à Covid-19, o avanço autoritário, os cenários pós-pandemia, modelos de sociedade, o papel do Brasil na América do Sul, o retorno do desemprego e uma série de outros temas foram abordados pelo professor e pelo diretor do instituto.
Confira o programa acessando nosso perfil no Instagram clicando aqui. Não esqueça de nos seguir para acompanhar os próximos programas do Pensando Bem ao Vivo!
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A importância do SUS e o limite ético das patentes
O iDeclatra na Cultura desta quinta-feira (6) tratou da importância do SUS e os limites éticos das patentes. O bate-papo com a diretora do Instituto Defesa da Classe Trabalhadora, Mírian Gonçalves, com o advogado Felipe Mongruel e a jornalista Mariane Antunes teve como convidado especial o médico sanitarista e pesquisador da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Guilherme Albuquerque.
Devido ao avanço nas pesquisas relacionadas à vacina contra o Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19, em breve deve começar uma ampla discussão sobre o uso em massa das vacinas: como serão distribuídas e os valores que serão cobrados para que o poder público dos mais diversos países possam adquirir doses para imunizar um grande volume de pessoas em todo o mundo.
“A indústria farmacêutica é uma das mais perversas que existe. Coloca a preço exorbitantes remédios”, criticou a diretora do Instituto Declatra, Mírian Gonçalves. Um dos exemplos utilizados para comparação foram os medicamentos utilizados para o tratamento da AIDS. “No começo o AZT custava US$ 15 mil por ano por paciente. A Índia conseguiu desenvolver por um valor em torno de US$ 300 também para o tratamento de um paciente para o ano. A quebra de patentes é uma discussão muito grande e que certamente vamos enfrentar”, apontou.
“Eu acho que o sonho da indústria farmacêutica era uma pandemia. Sem doença acaba a fonte de lucro da indústria farmacêutica. A Bayern, por exemplo, produz agrotóxicos que causam câncer. Mas também medicamentos que tratam a doença. Além de produzir o veneno, ela produz medicamentos para tratar essa enfermidade”, criticou o médico Guilherme Albuquerque.
“Outra coisa que deve ser observada é que há fundos públicos internacionais voltados para indústria de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos. Eles se apropriam destes fundos e obtém lucros privados. Não é bem verdade que precisa vender por preço alto porque foi investido muito dinheiro. É um espaço importantíssimo de exploração. Primeiro dos trabalhadores e depois dos consumidores.”, completou.
O desenvolvimento das vacinas, a importância do SUS e a comparação com outros países que não tem sistema público de saúde, a comparação de gastos com saúde em países em que há saúde pública e onde não há, a importância dos profissionais de saúde e do uso da máscara foram outros temas tratados durante o programa que você confere, abaixo, na íntegra.
O iDeclatra na Cultura é transmitido todas as terças e quintas-feiras, ao meio-dia, na Rádio Cultura de Curitiba. Você pode acompanhar o programa ao vivo pela AM 930, pelo site, pela Fan Page do Instituto Declatra ou da própria Rádio Cultura.
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Cineastas lançam “Águas Selvagens”, fruto de produção internacional
Um ex-policial argentino que trabalha como investigador aceita um trabalho para solucionar um crime na triplíce fronteira. Em meio a uma série de problemas pessoais ele dá de cara com uma organização criminosa. O resultado é uma trama de assassinatos, prostituição e tráfico de menores que termina em uma perseguição contra o investigador. Essa é a trama de “Águas Selvagens”, cuja produção ficou a cargo do brasileiro Rubens Gennaro.
O longa-metragem é fruto de uma parceria Brasil-Argentina entre a Romana Cooperativa Audiovisual de Buenos Aires, De la Tierra Produções de Missiones e a brasileira Laz Audiovisual, que Gennaro comanda com sua sócia, Virginia Moraes. A direção é do argentino Roly Santos e quase a totalidade das gravações foi realizada também em solo paranaense, mais especificamente em Tijucas do Sul, na região metropolitana de Curitiba.
O filme aborda, como pano de fundo, a questão do tráfico internacional de crianças. Um problema crescente mas que não encontra eco na sociedade equivalente à sua importância. Novamente o cinema serve como um importante instrumento para denúncias sociais.
“Nos angustia muito sabermos do crescente problema e como sociedade não termos instrumentos eficientes para diminuir este índice alarmante. Na Argentina o estágio civilizatório é mais evoluído que o nosso. Há um eficaz controle de fronteira. Aqui no Brasil este também é um item da nossa atual caminhada rumo à barbárie. Realizamos este filme imaginando que este possa ser um instrumento de conscientização e mobilização social. Gostaríamos de ajudar o melhor debate a respeito. Isso com as instituições que ainda funcionam e nos restam”, apontou o produtor Rubens Gennaro.

O produtor Rubens Gennaro. Foto: Pedro Rodriguez
Para ele, a parceria com os profissionais argentinos superou as expectativas e os “hermanos” e brasileiros entraram no mesmo ritmo e sintonia. “Os coprodutores argentinos são profissionais respeitados em seu país e a princípio tínhamos algumas desconfianças sobre nosso ‘modus operandi’. No entanto, ao decorrer das semanas de pré-produção já nos sintonizávamos na mesma energia. Assim planejamos o filme m 5 semanas e o gravamos também em 5 semanas. Funcionamos bem,como um relógio suíço. Porém, realizado por argentinos e brasileiros”, brincou o produtor.
Gennaro, que já produziu longas como Annita e Garibaldi, Canfundó e Oriundi com o ator Anthony Quinn, garante que os espectadores podem esperar um belo filme com uma “bela fotografia, ótimo elenco e paisagens similiares à nossa triplice fronteira”. Para o produtor, trata-se de um “um bom filme argentino, que no mercado internacional tem qualidade e aceitabilidade muito acima do cinema brasileiro. Com humildade estamos a prendendo a fazer cinema com ‘los hermanos’”, aponta.
Sobre a fotografia, este foi um dos desafios do diretor Vini Gennaro. Transformar o clima frio julho e agosto em Tijucas do Sul no calor escaldante da tríplice fronteira. “As características climáticas, físicas e topográficas da fronteira são diferentes da nossa. Tivemos um trabalho em conjunto com a direção de arte e maquiagem para criar essa atmosfera e unidade visual. Montamos um grande quebra-cabeça, procuramos texturas, contrastes, cores, formas, linhas, que de alguma forma dialogavam com a fronteira. O Sol, a mata, a terra, as araucárias , as rochas na parede, a madeira, o suor dos personagens, a respiração, a maneira de iluminar e enquadrar. Todos esses elementos expressivos nortearam a fotografia do filme”, destaca.
Ainda segundo ele, o tratamento de câmeras foi realizado de forma a transmitir o estilo do filme as informações necessária, auxiliando a narrativa. “A ideia de se trabalhar com movimentos de câmeras suaves em uma temática pesada pode parecer contraditória e essa ideia me parece ótima. O filme é policial, sujo e escuro. Por que não contrapor essa sutileza nos movimentos?”, analisa o diretor de fotografia do filme.
Estreia – A agenda internacional de lançamentos precisou ser alterada em virtude da pandemia de Covid-19. O setor artístico, sobretudo de artesvisuais, é um dos mais afetados pelo isolamento social imposto pelo Sars-CoV-2. “A pandemia é a maior tragédia econômica e social dos últimos séculos e todos estamos cientes. Porém, sobreviveremos como civilização e mantendo nossos sonhos e esperanças. Na Argentina já cumprimos todas orientações do Instituto Nacional de Cine y Artes Audivisuales com o lançamento e exibição em streaming por 10 dias por meio da plataforma Cine.Ar. No próximo ano o filme irá para as salas de cinemas argentinas”, destacou.
No Brasil a previsão de lançamento nas salas de cinema também é para 2021. “A organização está sob comando da distribuidora Imagens Filmes. A previsão é de lançamento no próximo ano. No entanto, tudo depende da liberação para o período pós-pandêmico. Por ser um filme em língua espanhola vamos atingir outros mercados internacionais, sejam eles hispânicos ou latinos. Certamente após esse período será distribuído em outras plataformas digitais”, projeta Rubens Gennaro.
A equipe ainda conta com as atrizes Mayana Neiva, Leona cavalli e com os atores Roberto Birindelli, Daniel Valenzuella e Mario Paz.
Confira o making off da produção:
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A condição feminina durante a pandemia
A condição feminina durante a pandemia. Esta foi a pauta do iDeclatra na Cultura desta quinta-feira (30), com participação da diretora do Instituto Declatra, Mírian Gonçalves, da jornalista Mariane Antunes e do advogado e professor Felipe Mongruel.
O programa apresentou estatísticas de violência contra a mulher, teve análise do papel do machismo e também dos gestores públicos neste cenário. Um estudo divulgado no início de junho mostrou que em 12 estados o aumento no número de feminicídios foi de 22%. Os dados são dos órgãos de segurança dos estados. No Paraná a ampliação foi de 17,5%.
“Isso fora a subnotificação. É a mesma coisa da pandemia. Já tratamos aqui da dificuldade das mulheres fazerem esses relatos. Mesmo com essa subnotificação o Paraná tem a cada uma hora 15 mulheres denunciando algum tipo de violência. É estarrecedor”, enfatizou Mírian Gonçalves.
Para ela, é preciso ações efetivas e feitas com unidade em todos os estados para efetivamente combater a violência contra as mulheres. Contudo, esse panorama parece distante, uma vez que as ações do Governo Federal se não incentivam, autorizam esse tipo de crime.
Confira o programa na íntegra abaixo. O iDeclatra na Cultura é transmitido todas as terças e quintas-feiras, ao meio-dia, na Rádio Cultura de Curitiba. Você pode acompanhar o programa ao vivo pela AM 930, pelo site, pela Fan Page do Instituto Declatra ou da própria Rádio Cultura.
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Da França, jornalista brasileira denuncia ataques à democracia brasileira
Auxiliar na compreensão de um país tão complexo quanto o Brasil. Esta foi a principal motivação da jornalista brasileira radicada na França, Erika Campelo, quando criou ainda em 2003 o site Autres Brésils em parceria com dois amigos franceses, interessados pelo Brasil. Por entender que havia pouca informação consistente sobre o País na mídia francesa, o site passou a traduzir artigos e trabalhar de forma articulada com os veículos de comunicação daquele país para mostrar faces até então desconhecidas do maior país da América do Sul.
“Neste ano o Brasil estava no auge. O Lula chegou ao poder, o Fórum Social Mundial já estava em sua terceira edição e era um grande laboratório de experimentos sociais para o mundo. Então criamos este site para com análises e textos publicados no Brasil mas traduzidos para o francês e em pouco tempo passamos a ser solicitados para explicar o que acontecia em nosso País”, recorda Erika.
Com o passar do tempo, o site tornou-se referência e foi expandindo suas ações. Em 2005, quando foi o ano do Brasil na França, Erika e seus colegas de Autres Brésils criaram um festival de cinema documentário que tinha como foco produções que tratassem de temas sociais, como Direitos Humanos e o Meio Ambiente, o festival Brésil en mouvements. Mas aos poucos, o fortalecimento da democracia brasileira dos instrumentos de controle social, além das políticas inclusivas, foram sendo deixados de lado. Mais especificamente a partir de 2015, quando teve início o golpe que culminou com a destituição de Dilma Rousseff da Presidência da República.
“Continuámos fazendo o que sempre fizemos. Mas na época com o intuito de denunciar o golpe e os ataques à jovem democracia brasileira, cujo intuito era a manutenção do poder na mão de tão poucos. Também mostramos um poder judiciário parcial e um poder legislativo tendencioso. Mostramos que as instituições brasileiras não eram tão fortes quanto se imaginava”, aponta a jornalista.
A partir de então Erika tem buscado articulações com entidades da sociedade civil organizada e cria mecanismos para denunciar os ataques aos direitos sociais e à democracia brasileira. Em 2016 a Autres Brésils (Outros Brasis), que é uma associação, criou um coletivo para denunciar o golpe em andamento. No final de 2018, com a eleição de Jair Bolsonaro, produziram um manifesto assinado por 18 organizações alertando para o que viria e com o alerta: “não ficaremos calados”.
O passo seguinte da jornalista, em parceria com outras entidades, foi a criação da coalização Solidarité Brésil (Coalização Solidariedade Brasil) através da campanha « Le Brésil resiste » . O movimento reúne organizações francesas de solidariedade internacional que possuem parceiros brasileiros e atuam fazendo o alerta sobre os retrocessos no País. Entre as entidades brasileiras com as quais a Coalizão trabalha estão o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra).
Uma das primeiras ações do grupo foi a publicação do que chamam de barômetro que mede a situação dos direitos humanos no Brasil. “Traduzimos e publicamos situações ligadas aos temas dos direitos humanos, como a violência contra as mulheres, contra a população negra, a violência policial, a situação dos povos indígenas e também sobre o sistema carcerário brasileiro, que é o segundo com maior população em todo o mundo”, relata Erika.
Neste período de 17 anos em que atua para mostrar a real situação do Brasil para os franceses e também outros países de língua francesa, como parte do Canadá, Erika pode acompanhar a mudança da percepção sobre o Brasil. Segundo ela, inclusive, neste processo a mídia francesa equivocou-se ao adotar narrativas justamente por acreditar na força da democracia brasileira. “Quando aconteceu o Golpe de 2016 os jornais publicavam notícias a partir de um ponto de vista distorcido. Como aconteceu dentro do parlamento era difícil a compreensão dos franceses de que um golpe estava acontecendo”, comentou. “Não entra no imaginário de um francês que o parlamento possa ter corruptos ao ponto de destituir uma presidenta eleita. Explicar esse processo foi muito difícil. Um jornalista comentou comigo que o Brasil não era uma república de bananas ao defender a narrativa que estava colocada”, completou. Ao que tudo indica, era.
A eleição de Jair Bolsonaro, por sua vez, auxiliou no processo de percepção do que acontecia no Brasil. Além da falta de ações sanitárias para o combate à pandemia de Covid-19, outro episódio foi marcante para os franceses. “Enquanto a Amazônia pegava fogo, Bolsonaro fazia piada com a esposa de Macron. Mesmo com a popularidade do presidente francês baixa, a forma com que ele referiu-se foi tão baixa que foi um choque para os franceses . Isso mudou completamente a visão. A percepção que passávamos que era considerada exagerada acabou sendo percebida como verdadeira”, avalia.
Com o crescimento do número de casos de Covid-19 no Brasil, a ausência de políticas sanitárias, a crise do meio ambiente e também a econômica, a jornalista seguirá tendo muito trabalho para tentar explicar para os franceses o que aconteceu com o Brasil. Um país que decolava no cenário internacional e agora está atolado em uma gestão autoritária e que fracassa em todas as áreas que tenta intervir, desde a economia, passando pelo meio ambiente e direitos sociais, até as relações internacionais. “Todos nós, de uma maneira ou outra, estamos pagando um preço altíssimo pelo que aconteceu em 2016”, finalizou.
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