Reforma trabalhista vai precarizar a saúde dos trabalhadores
A Reforma Trabalhista, sancionada por Michel Temer (PMDB), como lei 13467/2017 vai precarizar ainda mais a saúde dos trabalhadores. Ao mesmo tempo, a legislação, trará novos desafios para os sindicatos e seus dirigentes. Essa é a análise do advogado do escritório do Paraná, Ricardo Mendonça. Ele participou nesta terça-feira (24) da reunião do coletivo nacional de saúde da Contraf, em Curitiba. A advogada Jane Salvador de Bueno Gizzi, também do escritório, dividiu com Mendonça o painel jurídico do encontro.
De acordo com ele, são quatro as formas de contratos precários que vão piorar as condições de saúde dos trabalhadores. A terceirização, o trabalho intermitente, contratos por tempo parcial e finalmente, o teletrabalho. A última, segundo Mendonça, é uma das mais danosas à classe trabalhadora. “Bastará o empregador enviar um documento, para que você assine, com todas as orientações e nada mais será necessário. Qualquer doença ou problema de saúde relacionado ao trabalho será de responsabilidade exclusiva do empregado”, alertou.
“É evidente que esse dispositivo é inconstitucional. Mas há outra pergunta: como o sindicato chegará neste trabalhador? Como fiscalizar o ambiente de trabalho? Como ter acesso a ele? Como dizer que ele não pode ser submetido aquelas condições se ele está na sua própria residência?”, questiona Mendonça.
Outro problema apontado pelo advogado é que o trabalho não para nunca. Não há previsão de pagamento de horas extras, descanso intra e Inter jornada e nenhum outro dispositivo que proteja o tempo máximo de trabalho por dia. “É preciso estabelecer mecanismos, mesmo que por convenção coletiva, garantindo normas de proteção para que este tipo de contratação não se torne tão atraente”, projetou.
A diferença entre acidentes de trabalho entre trabalhadores contratados e terceirizados, as dificuldades dos contratos parciais e intermitentes também foram abordados durante o painel. “Há uma tendência de contratos precários sem a mesma proteção, seja do ponto de vista individual ou coletivo. Atacam duplamente, reduzindo a massa salarial e aniquilam a solidariedade de classe. Não trata-se apenas de reduzir custos”, avisou.
Origem – A advogada do escritório, Jane Salvador de Bueno Gizzi, alertou que este é um processo que vem sendo desenvolvido há muito tempo. Segundo ela, o momento é da sociedade da gestão, que tem início ainda no século XX quando surge a nova classe média estadunidense. A derrocada das pequenas empresas e agricultores leva o surgimento das grandes empresas como hoje.
“Os chamados Blue Collars são os trabalhadores manuais, com a manufatura e menos renumerados. Já os White Collars são os trabalhadores especialistas, gerentes e executivos. Uma classe que emerge e ganhando melhor sente-se mais parte da elite, dos donos do capital, do que a classe que pertence, os trabalhadores. Não é apenas uma questão de remuneração, mas de identificação”, analisa Jane.
Esse o início da sociedade da gestão, em que o centro é o universo econômico, social e cultural ditado pelas empresas. “Esse sistema espraia-se por toda a nossa sociedade, analisa. Essa cultura aproxima-se do Brasil somente na década de 90 com a chegada das grandes corporações e a necessidade de criar e oferecer produtos para a nova clientela.
Como reflexo dessa sociedade surge o assédio moral organizacional. Diferente da modalidade interpessoal, onde a violência parte de uma pessoa para a outra, neste caso a violência está centrada de forma estrutural na própria empresa. Os métodos de gestão são organizados para desgastar e sugar o empregado.
“É a força de trabalho como mercadoria. A precarização da própria existência”, sentencia Jane. “É uma lógica economicista que faz com que esses trabalhadores vivam o tempo inteiro sob pressão. O empregador fomenta isso quando premia um camarada que faz tudo o que faz quando não poderia fazer. Aquele que tem sofrimento ético, que faz mas sofre e para de fazer ou que se recusa, é quem vai ser mal avaliado e demitido. Esse assédio não é do gerente. Mas da empresa”, completa a advogada.
Essa lógica, segundo Jane, acontece por duas vias. A primeira é a subjetiva, sobretudo com o uso de linguagem. “Falar na ausência de postos no mercado de trabalho, o excesso de mão de obra, colaboração, empreendedorismo e vestir a camisa. É a manipulação da linguagem. Isso faz com que os trabalhadores sejam cooptados. Chegam em casa e vão ver o e-mail, responder WhatsApp e não param de trabalhar”, exemplifica.
Já na lógica subjetiva há uma subordinação, mas não a prevista no contrato de trabalho. “Trata-se de uma submissão por inteiro à empresa. Quando eu estou cedendo a todos os postulados de produzir mais, atingir metas impossíveis, estar trabalhado fora do trabalho, me preocupando ou planejando o dia seguinte quando deveria estar descansando em casa, no meu tempo livre, passa a existir um controle da pessoa”, finalizou.
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Escritório vence ação no TST contra o Bradesco por assédio moral
Uma ação do escritório do Paraná, assessorando o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, foi vitoriosa no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Como resultado o Banco Bradesco foi condenado por assédio moral após manter a cobrança de metas mesmo com corte realizado na equipe. A decisão é da Terceira Turma da Corte.
Uma ex-gerente deverá receber R$ 50 mil do banco. Ela apresentou quadro depressivo em função da cobrança excessiva de metas, mesmo depois de cortes na equipe. “Os ministro entenderam que a doença tinha relação direta com as cobranças impostas pela instituição financeira”, explica o advogado do escritório, Mauro Auache.
“A importância desta decisão judicial reside não só no fato da empregada ter conseguido indenização, mas também por ter obtido sua reintegração ao emprego em razão da doença ocupacional e da dispensa abusiva, ambas decorrentes do assédio moral. Este cenário está em concordância com as pesquisas que realizamos e mostram o uso do assédio moral organizacional como ferramenta de gestão dentro do que chamamos de sociedade da gestão”, completa a advogada do escritório, Jane Salvador de Bueno Gizzi, especialista em estudos e ações que envolvem os diversos tipos de assédio moral.
A decisão também foi destaque no site do TST. A matéria publicada pela corte ressalta que a bancária “alegou que conseguia cumprir os objetivos até a saída de um gerente de contas de sua equipe sem a redução proporcional das metas nem a nomeação de um novo gerente em tempo razoável. O superintendente não atendia seu pedido para a reposição de pessoal e, segundo testemunhas, cobrava, de forma enfática, o alcance de resultados. Após avaliação de desempenho, o banco a despediu sem justa causa, enquanto apresentava episódio depressivo grave”.
“O escritório, amparado pelo Instituto Declatra, realiza um intenso trabalho de pesquisa sobre o assédio moral organizacional, sobretudo em bancos. O resultado desta ação reflete o trabalho desenvolvido ao longo dos anos. Nosso objetivo é atuar de forma preventiva em consonância com o Sindicato, ou seja, propondo ações para que este tipo de situação não ocorra. Mas, uma vez estabelecida, é preciso agir para reparar danos”, completa Mauro Auache.
Conheça e acompanhe o Movimento Vítimas do Bradesco, resultante destas pesquisas, clicando aqui.
Com informações do site do TST.
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“Trabalhador está em constante estado de superação”
O trabalhador está em constante estado de superação. A afirmação é da advogada do Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra), Jane Salvador de Bueno Gizzi. Especialista no tema, ela falou no Seminário “Assédio Moral – Condições de Trabalho e adoecimento”, promovido pela APP-Sindicato nesta sexta-feira (26) e sábado (27) em Curitiba.
De acordo com Jane, a imposição de metas inatingíveis e as cobranças abusivas por produtividade e excelência colocam em xeque a saúde e a própria vida dos trabalhadores. “Nunca chega-se no limite, pois a necessidade de contínua superação torna-se algo irrealizável, o que lhe causa a sensação de que nunca é bom o bastante e que nada do que faz é suficiente. Vemos, ainda, muitas situações nas quais trabalhadores passam pelo que chamamos de ‘sofrimento ético’, relatou Jane.
Ainda segundo ela, o trabalhador se sujeita a certas práticas com as quais não concorda, ou seja, que ferem seus valores éticos e morais, causando-lhe sofrimento. “Atendi trabalhadores que relatavam chorar ao chegar em casa. Por quê? Diziam que se sentiam mal ao vender determinado produto que sabiam não ser a melhor opção para o cliente, mas que o faziam para atingir as metas impostas e manter seu emprego. Quando se chega a este ponto, o resultado não pode ser outro, senão o adoecimento”, completou a advogada.
Essa situação é fruto do que ficou conhecido como assédio moral organizacional ou assédio moral estrutural. Neste tipo de violência, são os métodos e as políticas de gestão, que extrapolam os limites do uso da força de trabalho, que levam à desumanização do empregado. O assédio moral é centrado em três pilares: na imposição de metas, nas cobranças abusivas e no controle excessivo do ritmo, do tempo e da produtividade.
A pesquisa que resultou no movimento “Vítimas do HSBC”, mostra o impacto destes métodos de gestão na saúde dos bancários, categoria que sofre assédio moral organizacional intensamente, questão também abordada pela advogada. O levantamento científico levou em conta análise de ações trabalhistas ajuizadas em face do banco nas Varas do trabalho de Curitiba, além de dados do INSS e das fichas de homologações de desligamento dos trabalhadores. “Isso confirmou aquilo que era uma mera suspeita, uma mera impressão: que os métodos e as políticas de gestão nas instituições bancárias são a expressão do assédio moral organizacional e significam risco potencial de adoecimento mental”, relatou.
A pesquisa também resultou em uma ação trabalhista com pleito de tutela inibitória para impedir que o banco adote praticas que se configuram assédio moral organizacional, além de danos morais coletivos. “O problema é que as ações, via de regra, são para reparar danos que já aconteceram. Nosso objetivo, com esta demanda, é evitar, os danos que ainda não ocorreram. Trata-se de medida preventiva, mas também reparatória. Buscamos fundamentos no direito ambiental e e seus princípios (da prevenção, da precaução, da participação e do poluidor pagador). Afinal de contas, no conceito de meio ambiente, inclui-se o meio ambiente do trabalho, gozando da mesma proteção legal e constitucional”, finalizou Jane.
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Instituto Declatra lança livro em seminário sobre o assédio moral organizacional
O Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra), em parceria com o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, lançou nesta quinta-feira (16) o segundo volume do livro “Assédio Moral Organizacional – As Vítimas dos Métodos de Gestão nos Bancos”. A obra foi apresentada durante o seminário com o mesmo nome promovido por ambas as instituições e inspirou o movimento “Vidas do Itaú”, a exemplo do que aconteceu na pesquisa anterior que resultou no “Vítimas do Bradesco”.
“Vivemos uma sociedade de gestão, mas imaginamos o assédio moral sob o ponto de vista do tratamento entre indivíduos movido pela paixão humana. O empregador se exime da responsabilidade”, declarou a advogada Jane Salvador de Bueno Gizzi, do Instituto Declatra, uma das organizadoras da obra.
Ela apresentou durante o seminário a pesquisa que caracteriza o assédio moral organizacional no banco Itaú. Os dados tem origem nos desligamentos de trabalhadores da instituição financeira, além de reunir estatísticas de órgãos como o Ministério da Saúde, INSS e Justiça do Trabalho.
“A lei permite que metas sejam impostas, mas se são impossíveis, passa ao campo do abuso. Quando a gente foca na empresa, podemos mudar essa realidade. Tudo que for abuso, é passível da resistência. O trabalhador tem direitos”, afirmou Jane.
A advogada dividiu a mesa com o sociólogo Giovanni Alves que analisou este cenário como uma consequência natural do avanço do capitalismo em busca de lucros cada vez maiores. Mas este domínio está sendo ampliado para todos os setores da sociedade. “A gente não percebe o desmonte da nação, a venda de patrimônio público, da CLT, da previdência pública. O processo de desmonte das pessoas não está apenas nos locais de trabalho, onde se tem a intervenção sindical”, disparou.
Assédio atende aos interesses patronais – A psicóloga da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Liz Sobol, autora de livros que tratam do assédio moral organizacional, afirmou que é imperativo diferenciar o assédio moral interpessoal e o organizacional. “Enquanto a abordagem tratar como um aspecto social os processos produtivos como origem do assédio vão continuar. Há situações em que o assédio não é reconhecido por que não há identificação da intencionalidade. Então eu pergunto: há quem serve esse assédio?”, questionou a professora.
Liz Sobol ironizou a estrutura ao afirmar que caso fosse empresária faria campanhas tratando apenas da vítima e do agressor. “O alerta é para quem interessa esse tipo de abordagem? Pune-se o agressor, acolhe-se a vítima e a organização fica protegida, legitimada na sua forma de violência”, analisou.
A psicóloga ainda acusou os métodos de gestão de serem responsáveis pelo adoecimento no trabalho com a submissão de valores humanos e sociais a lógica econômica e financeira. “Há uma crise do coletivo. Embora existam mobilizações coletivas nos associamos apenas quando aquele coletivo representa o seu interesse individual, na medida em que me representa. Estamos mesmo falando de interesse coletivo ou da apropriação do coletivo pelo interesse individual? Isso é estratégico porque interessa que as pessoas estejam completamente disponíveis para o trabalho”, completou.
O trabalho deixa de ser uma finalidade para ser um meio de vida – O médico sanitarista da UFPR, Guilherme Souza Cavalcanti de Albuquerque, destacou o trabalho como condição de reconhecimento de si próprio na sociedade e como este fato está sendo perdido com o avanço da busca do lucro acima de qualquer outra questão. “Diferentemente de outros animais não é somente a biologia que faz a condição humana, mas é a condição de humanidade que é construída socialmente”, comentou.
Para o médico, um ser humano isolado em uma ilha seria incapaz, por exemplo, de desenvolver a linguagem. “O trabalho humano vai se objetificação nos produtos do trabalho, nos valores de uso produzidos, naquelas coisas que são úteis. Para que cada um de nós seja um representante do gênero humano nos cabe participar desse processo, mas também é preciso participar do processo de apropriação”, alertou o professor.
Por intermédio do trabalho, também, é que as potencialidades humanas são desenvolvidas. “Nem sabemos quais são todas, mas vamos produzindo essas capacidades ao longo da história por meio do trabalho. Esse movimento de humanização é a produção e a reprodução do gênero humano.
Nesta lógica é necessário que homem identifique-se com o seu produto. “Mas hoje um trabalhador, por exemplo, da indústria automobilística passa uma peça de um robô para outro e no final do dia tem um carro pronto, mas não foi ele que ele fez, ele não se reconhece como tal no produto final do seu trabalho e ai o trabalho deixa de ser uma finalidade de vida para ser um meio. O meio de sobreviver através do salário a partir do trabalho alienado”, explicou.
Tutelas coletivas como mecanismo de defesa – A última mesa do seminário teve a participação do advogado Mauro Menezes, sócio do escritório RM & Advogados, de Brasília. Menezes tratou das tutelas coletivas e o meio ambiente de trabalho. Para ele, este é um instrumento de auxílio na defesa da classe trabalhadora, tanto do ponto de vista de reparação de prejuízos causados quanto na prevenção de eventuais problemas.
“A tutela de urgência, que convencionou-se chamar a grosso modo de liminar, é aquela decisão que se antecipa ao final do processo. O CPC preconiza que existam elementos que evidenciem o perigo de risco e dano”, comentou. Menezes explicou que as tutelas coletivas estão respaldadas por diversos mecanismos jurídicos, inclusive na própria Constituição Federal. “Não será um texto legal que trará a emancipação da classe trabalhadora, mas não podemos ignorar que parte destas conquistas são frutos da luta dos trabalhadores, especialmente na ditadura militar”, ponderou Menezes.
Para ele, quando fala-se em dano, como no caso de bancários que estão afastados do mercado de trabalho por conta de doenças crônicas, situações aflitivas, é que é necessário tratar não apenas da reparação, mas também da precaução. “O que diz a lei e a constituição é que temos que usar essas tutelas para prevenir, impedir que as pessoas cheguem a esse ponto”, finalizou.
Fonte: Instituto Declatra com informações de Paula Zarth/SEEB Curitiba
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Conheça a história da Valéria, mais uma Vítima das Teles
O movimento “Vítima das Teles” , idealizado pelo Instituto Declatra e que denuncia casos de assédio moral e os reflexos da privatização no sistema de telefonia no Brasil, divulgou um novo vídeo com um depoimento emocionante. Trata-se de Valéria, profissional do telemarketing, que sofreu com constante assédio dentro do seu ambiente de trabalho.
“(Enquanto estava doente) a supervisora ligava no hospital para saber se eu estava lá, se era verdade que eu estava doente mesmo. Ela falou que queria que eu morresse e que se eu morresse deixaria todo mundo decepcionado”, relata Valéria no depoimento.
A trabalhadora explica que foi hospitalizada após fazer uma cirurgia de estômago. O quadro clínico foi piorando a partir das restrições de tratamento impostas pela empresa. “Eu precisava comer a cada uma hora e eu não podia porque não estava dentro das pausas programadas. Eu comecei a perder muito peso, perder o cabelo, não conseguia mais dormir, desenvolvi anorexia nervosa e fiquei 23 dias sem comer absolutamente nada. Associado ao problema de saúde me causou um problema psicológico muito grande. Fiquei oito meses em tratamento psiquiátrico e desenvolvi síndrome do pânico. Quando chegou nesse ponto tinha perdido parte da visão, não conseguia mais andar pelo grau de fraqueza, não conseguia mais lembrar das coisas”, relata a trabalhadora.
Veja o depoimento completo na Fan Page do movimento “Vítimas das Teles” clicando aqui.
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Movimento “Vítimas das Teles” denuncia abusos contra trabalhadores em telecomunicações
O Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra) prepara o movimento “Vítimas das Teles”. O objetivo é denunciar o assédio moral organizacional e as consequências para a saúde dos trabalhadores. Este tipo de assédio é caracterizado por estar estabelecido como forma de gestão, ou seja, faz parte das práticas administrativas das empresas como forma de obter mais lucratividade.
“Há um número assustador de trabalhadores do setor de telemarketing com problemas de saúde relacionados ao assédio moral e outras consequências dos métodos de gestão. Situações ligadas as chamadas LER e DORT, além de depressão e uma série de outras consequências psicológicas. Queremos dar suporte para estes trabalhadores e mostrar que eles não estão sozinhos e que tampouco o problema são eles”, explica o advogado do Instituto Declara, Marcelo Giovani Batista Maia.
A campanha segue os mesmos moldes do movimento “Vítimas do HSBC” que denuncia abusos do banco contra trabalhadores e faz sucesso na Internet. O problema é semelhante ao dos empregados de empresas telefônicas, com resultados parecidos na saúde, mas existem certas diferenças que são adaptadas ao modelo de negócio.
Entre os abusos descritos por trabalhadores estão o controle do tempo do uso do banheiro, metas abusivas, ameaças constantes de demissão, remuneração variável com critérios que não são claros, orientações médicas são desconsideradas, atribuição de erros imaginários, humilhações públicas e monitoramento constante de ligações são apenas alguns dos exemplos.
“Tudo é feito para que o trabalhador sinta-se o problema e não o contrário. Não trata-se de um problema de relacionamento entre o chefe e o subordinado, mas sim, uma opção da empresa no seu método de gestão. Isso é o que chamamos de assédio moral organizacional”.
A campanha foi desenvolvida pela Social Ideias, a mesma que criou os movimentos “Vítimas do HSBC” e “Vítimas do Itaú”, além de outras campanhas publicitárias com apelo social e cidadão.
Confira e acompanhe o movimento pela Fan Page clicando aqui.
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Acesse versão online do jornal Terra Sem Males sobre assédio moral organizacional na categoria bancária
A sexta edição do jornal impresso Terra Sem Males – “Assédio moral adoece” – já está disponível para leitura. Nesta edição, o Terra Sem Males aborda o resultado da pesquisa “Vítimas do Itaú”, feita pelo Instituto Declatra em parceria com o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. A intenção da pesquisa é mostrar que as práticas assediosas promovidas pelas instituições financeiras tem relação direta com o adoecimento dos trabalhadores bancários.
O jornal também aborda os aspectos que definem assédio moral organizacional, para que todos os trabalhadores possam identificar as práticas que são assédio moral e também para que o trabalhador saiba como juntar provar visando uma possível ação judicial. Os entrevistados da edição são o médico do Ministério Público do Trabalho do Paraná, Elver Moronte; a advogada Jane Salvador; o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Elias Jordão; e a diretora da Secretaria de Saúde do Sindicato, Ana Fideli. Confira, ainda o depoimento de uma bancária do Itaú para perceber em seu relato como se caracterizou o assédio e as quais consequências em sua saúde.
O Terra Sem Males conta, ainda , com ensaio fotográfico de Joka Madruga relacionado ao tema assédio moral.
Leia a edição online do jornal:
Fonte: Terra Sem Males
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Instituto Declatra finaliza pesquisa sobre os Métodos de Gestão e o Adoecimento dos Trabalhadores – Caso Itaú
O Instituto de Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra) finalizou uma nova pesquisa. Trata-se da análise dos métodos de gestão e seus reflexos na saúde dos trabalhadores bancários do Itaú. A investigação, iniciada em maio do ano passado, segue os mesmos moldes da primeira análise que resultou no Movimento Vítimas do HSBC.
“Novamente encontramos nesta pesquisa, com dados científicos, a nossa impressão empírica do dia-a-dia das ações e atendimento destes trabalhadores bancários. Novamente a pesquisa comprova: os métodos de gestão dos bancos adoecem”, afirma o presidente do Instituto Declatra, Mauro Auache.
Com a pesquisa finalizada, o Instituto formalizou a entrega dos dados ao Sindicato dos Bancários de Curitiba e disponibilizará o material em seu site. Também está sendo preparada para impressão para ser distribuída para a categoria em uma agenda de eventos que precedem a negociação coletiva nacional dos bancários com a Federação Nacional dos Bancos. A pesquisa também será apresentada na Conferência Estadual dos Bancários, marcada para os dias 01, 02 e 03 de julho.
Estatísticas – Assim como aconteceu com a pesquisa dos bancários do HSBC, os dados compilados pela equipe de pesquisadores mostra uma diferença alarmante entre o adoecimento dos bancários e demais trabalhadores. “Os afastamentos por transtornos mentais entre os bancários é de 22,2% enquanto nas demais categoria este índice é de 10,1%, ou seja, mais que o dobro”, explica a pesquisadora do Instituto Declatra, Gabriela Caramuru.
O crescimento de afastamento por este tipo de problema de saúde também mostra uma grande disparidade na relação da categoria com os demais trabalhadores. Enquanto os bancários tiveram um crescimento de 65,1% nos afastamentos por problemas de transtornos mentais, os demais ficaram na faixa de 25%.
De acordo com o pesquisador Julio Gnap, a análise dos dados do INSS também mostrou que em cinco anos 36.698 bancários foram afastados por mais de 15 dias em virtude de doenças relacionadas ao trabalho. Este percentual equivale 10% do total de trabalhadores do setor bancário de todo o Brasil. “São mais de 600 bancários afastados a cada mês”, exemplifica Gnap.
A pesquisa também analisou 1.197 homologações de desligamento de trabalhadores do Itaú e 42,2% apontaram problemas de saúde. A maioria deles na agência operacional. Foram 49,3% dos trabalhadores deste setor que apontaram problemas de saúde. “Os trabalhadores deste setor são encarregados de muitas funções, inclusive braçais e normalmente ficam abaixo hierarquicamente, estando mais sujeitos aos problemas de saúde física e mental”, explica a secretária de Saúde do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Ana Fideli.
Quando se toma por base a função, caixas e assistentes são os mais afetados. Mais da metade dos trabalhadores nesta função acusaram problemas de saúde ao deixar o banco. Outra estatística que está na mesma linha da pesquisa realizada com o HSBC é a vulnerabilidade feminina. Das mulheres 46,4% acusaram problemas de saúde enquanto homens foram 37,4% dos casos.
Entre os problemas de saúde mais apontados, em primeiro lugar, o estresse com 20,1%. Na sequência problemas nos ombros, depressão e insônia com 16,9%, 13,9% e 12,4%. “Neste caso, como os problemas são apontados pelos próprios trabalhadores, há uma generalização como no caso do estresse sem uma análise médica que aponte uma doença específica”, comenta o pesquisador do Instituto Declatra Guilherme Uchimura.
No caso dos processos judiciais analisados há pedidos por danos morais em 43,4% deles. “Neste cenário, 97% relataram problemas com métodos de gestão assediosos e 30% relataram problemas de saúde”, explica Uchimura. Entre os principais riscos psicossociais identificados estão longas jornadas e ausência de convívio social, metas abusivas, precariedade nas relações internas de trabalho, falta de pausas e ameaças de demissão.
Pesquisa – A pesquisa conduzida pelo Instituto Declatra em parceria com o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região envolveu uma equipe multidisciplinar que analisou dados de auxílios-doença concedidos pelo INSS entre 2007 e 2013, homologações de desligamento de trabalhadores do Itaú entre 2008 e 2013 e processos trabalhistas contra o banco realizados em Curitiba entre 2011 e 2015.
“Os resultados, em muitos casos, são semelhantes aos obtidos na pesquisa que envolveu especificamente o HSBC. Isso aponta, novamente, para que os problemas que levam ao adoecimento dos trabalhadores bancários estão concentrados nos métodos de gestão assediosos utilizados pelo banco para majorar sua lucratividade”, explica o pesquisador Guilherme Uchimura.
Os próximos passos serão a utilização destes dados para análise jurídica e também de ações políticas e sindicais por parte do sindicato. “Vamos avaliar, assim como fizemos no caso do HSBC, a possibilidade de ações judiciais como por exemplo uma tutela inibitória e de remoção do ilícito. O objetivo é que o banco se abstenha de praticar atos e políticas de gestão que possam ferir o direito de personalidade dos trabalhadores ou que levem ao seu adoecimento”, explica um dos coordenadores da pesquisa, o advogado Ricardo Mendonça.
“Esta pesquisa será extremamente útil. Ela nos mostra, de forma científica, informações que sabíamos pelo atendimento aos bancários no sindicato. Agora, com estes dados em mãos, vamos utilizá-los nas negociações patronais para exigir melhores condições de trabalho para a nossa categoria que cada vez mais adoece trabalhando”, completa a secretária de Saúde do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Ana Fideli.
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Livro que relata pesquisa sobre assédio moral será lançado em Curitiba no dia 06 de abril
No próximo dia 06 de abril o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, com o apoio do Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra) lança, às 19h no Espaço Cultural dos Bancários, o livro “Assédio Moral Organizacional – As vítimas dos Métodos de Gestão nos Bancos”. A obra é resultado de uma extensa pesquisa realizada pelo Instituto em parceria com o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região e que resultou no movimento “Vítimas do HSBC”.
A obra contém uma coletânea de artigos de especialistas de diversas áreas, como advogados, médicos e de outros setores relacionados ao tema. A publicação ainda reúne estatísticas organizadas durante o processo de pesquisa e que pertencem ao banco de dados de instituições como a Justiça do Trabalho, Ministério da Saúde, INSS e dados de homologações demissões de bancários.
“É um livro que contém informações cientificamente validadas, mas também é acessível para leigos. Para quem deseja entender como funciona o assédio moral, sobretudo, o organizacional, ou seja, aquele que é ocorre de forma institucional é a obra indicada”, explica o presidente do Instituto Declatra, Mauro Auache.
A forma perversa como o assédio moral reflete-se no ambiente de trabalho e na vida das pessoas está relatada nos livros. Foram dois anos dedicados à pesquisa da tese que, finalmente, converteu-se no livro que já teve lançamentos em outras capitais do Brasil, como Belo Horizonte e Porto Alegre.
Contudo, embora o livro relate especificamente a situação do Banco HSBC, o assédio moral organizacional não é uma prerrogativa exclusiva desta instituição financeira. Segundo o advogado Nasser Allan, um dos coordenadores da pesquisa e do livro, os relatos de trabalhadores em outros bancos são bem parecidos. “Mas demos ao movimento o nome de Vitimas do HSBC, pois ele é um dos grandes representantes dessa prática”, fala. Além disso, a saída do banco do país torna a pauta urgente, ao trazer insegurança aos mais de 22 mil trabalhadores.
O ASSÉDIO MATA – O abuso em dados
O estresse e a depressão são as doenças que mais atingem os bancários. As funcionárias mulheres são as que mais sofrem: dos trabalhadores que deixaram o banco acusando problemas de saúde, 62% são mulheres. Elas também representam 59% dos casos de assédio por danos morais.
Os fatos mais assustadores são sobre mortes e suicídios. Entre 2006 e 2013, foram registradas 7.074 mortes de bancários no Brasil. A principal causa de morte, de acordo com dados do Ministério da Saúde, foi o infarto.
Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores é o fato de que, dos trabalhadores que citaram problemas de saúde em decorrência do trabalho, a maioria não tinha histórico de afastamento por doenças.
SERVIÇO: Lançamento do livro “Assédio Moral Organizacional – As vítimas dos Métodos de Gestão nos Bancos”
Data: Quarta-feira, 06 de abril de 2016
Local: Espaço Cultural e Esportivo dos Bancários. Rua Piquiri, 380, bairro Rebouças. Curitiba / Paraná.
Horário: A partir das 19h
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Livro que relata pesquisa sobre assédio moral será lançado em Porto Alegre no dia 18 de janeiro
No dia 18 de janeiro, véspera do primeiro dia do Fórum Social, será lançado em Porto Alegre o livro “Assédio Moral Organizacional – As vítimas dos Métodos de Gestão nos Bancos”. A publicação é fruto de uma extensa pesquisa realizada em Curitiba pelo Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra) e o Sindicato dos Bancários da capital paranaense.
Na obra estão presente artigos de advogados, médicos e especialistas de outras áreas que traçam uma análise sobre os métodos de gestão, o assédio moral e suas consequências na vida dos trabalhadores. O livro ainda contém estatísticas levantadas pelos pesquisadores junto à Justiça do Trabalho, Ministério da Saúde, INSS e dados de homologações demissões de bancários.
“A ideia deste livro é apresentar de forma científica a forma perversa como o assédio moral reflete-se no ambiente de trabalho e também na vida dos trabalhadores. A publicação traz números, estatísticas, análises técnicas que comprovam de forma acadêmica a tese desenvolvida ao longo dos últimos dois anos”, explica o presidente do Instituto Declatra, Mauro Auache.
O trabalho foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar por meio da coleta de dados de órgãos oficiais. A constatação é de que os métodos de gestão dos bancos estão levando seus trabalhadores ao adoecimento em virtude do assédio moral organizacional.
Desta mesma pesquisa resultou o movimento “Vítimas do HSBC” que apresenta os dados aliado a depoimentos de trabalhadores que mostram como suas vidas foram transformadas. Uma delas, por exemplo, relata a sensação de peso quando acorda para ir ao trabalho e a forma como isso afeta sua vida pessoal, com a ausência de ânimo para sair de casa, se relacionar e, por exemplo, o medo de ficar em locais públicos. Por mais que a exaustão física e mental tente convence-la a descansar, o medo das constantes ameaças de demissão que sofre quase que diariamente, a impedem de qualquer estímulo neste sentido.
Segundo o advogado Nasser Allan, um dos coordenadores da pesquisa e do livro, não se trata de um modelo exclusivo do HSBC: relatos de trabalhadores em outros bancos são bem parecidos. “Mas demos ao movimento o nome de Vitimas do HSBC, pois ele é um dos grandes representantes dessa prática”, fala. Além disso, a saída do banco do país torna a pauta urgente, ao trazer insegurança aos mais de 22 mil trabalhadores.
O ASSÉDIO MATA – O abuso em dados
O estresse e a depressão são as doenças que mais atingem os bancários. As funcionárias mulheres são as que mais sofrem: dos trabalhadores que deixaram o banco acusando problemas de saúde, 62% são mulheres. Elas também representam 59% dos casos de assédio por danos morais.
Os fatos mais assustadores são sobre mortes e suicídios. Entre 2006 e 2013, foram registradas 7.074 mortes de bancários no Brasil. A principal causa de morte, de acordo com dados do Ministério da Saúde, foi o infarto.
Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores é o fato de que, dos trabalhadores que citaram problemas de saúde em decorrência do trabalho, a maioria não tinha histórico de afastamento por doenças.
SERVIÇO: Lançamento do livro “Assédio Moral Organizacional – As vítimas dos Métodos de Gestão nos Bancos”
Data: Segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
Local: Fetrafi/RS – Rua Coronel Fernando Machado, 820 – Centro Histório – Porto Alegre.
Horário: A partir das 19h
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