A importância do SUS e o limite ético das patentes
O iDeclatra na Cultura desta quinta-feira (6) tratou da importância do SUS e os limites éticos das patentes. O bate-papo com a diretora do Instituto Defesa da Classe Trabalhadora, Mírian Gonçalves, com o advogado Felipe Mongruel e a jornalista Mariane Antunes teve como convidado especial o médico sanitarista e pesquisador da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Guilherme Albuquerque.
Devido ao avanço nas pesquisas relacionadas à vacina contra o Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19, em breve deve começar uma ampla discussão sobre o uso em massa das vacinas: como serão distribuídas e os valores que serão cobrados para que o poder público dos mais diversos países possam adquirir doses para imunizar um grande volume de pessoas em todo o mundo.
“A indústria farmacêutica é uma das mais perversas que existe. Coloca a preço exorbitantes remédios”, criticou a diretora do Instituto Declatra, Mírian Gonçalves. Um dos exemplos utilizados para comparação foram os medicamentos utilizados para o tratamento da AIDS. “No começo o AZT custava US$ 15 mil por ano por paciente. A Índia conseguiu desenvolver por um valor em torno de US$ 300 também para o tratamento de um paciente para o ano. A quebra de patentes é uma discussão muito grande e que certamente vamos enfrentar”, apontou.
“Eu acho que o sonho da indústria farmacêutica era uma pandemia. Sem doença acaba a fonte de lucro da indústria farmacêutica. A Bayern, por exemplo, produz agrotóxicos que causam câncer. Mas também medicamentos que tratam a doença. Além de produzir o veneno, ela produz medicamentos para tratar essa enfermidade”, criticou o médico Guilherme Albuquerque.
“Outra coisa que deve ser observada é que há fundos públicos internacionais voltados para indústria de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos. Eles se apropriam destes fundos e obtém lucros privados. Não é bem verdade que precisa vender por preço alto porque foi investido muito dinheiro. É um espaço importantíssimo de exploração. Primeiro dos trabalhadores e depois dos consumidores.”, completou.
O desenvolvimento das vacinas, a importância do SUS e a comparação com outros países que não tem sistema público de saúde, a comparação de gastos com saúde em países em que há saúde pública e onde não há, a importância dos profissionais de saúde e do uso da máscara foram outros temas tratados durante o programa que você confere, abaixo, na íntegra.
O iDeclatra na Cultura é transmitido todas as terças e quintas-feiras, ao meio-dia, na Rádio Cultura de Curitiba. Você pode acompanhar o programa ao vivo pela AM 930, pelo site, pela Fan Page do Instituto Declatra ou da própria Rádio Cultura.
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