Segundo volume de A Enciclopédia do Golpe será lançado em Santos neste sábado
O segundo volume da Enciclopédia do Golpe, que desta vez trata exclusivamente do papel da mídia na retirada de Dilma Rousseff da Presidência da República, será lançado em Santos (SP) neste sábado (10). O evento terá início às 16h na Rua Primeiro de Maio, 57, no bairro Aparecida. Estarão presentes dois dos coordenadores do projeto, os jornalistas Miguel do Rosário e Maria Inês Nassif.
O evento, que terá transmissão ao vivo pelas redes da Revista Fórum, é organizado pelo jornalista Renato Rovai e por José Luiz Baeta, do Comitê Popular de Santos por Memória, Verdade e Justiça.
O papel da mídia – Para o jornalista Renato Rovai, editor da Revista Fórum e que também organizou o livro “O Golpe de 16, a retirada de Dilma Rousseff da Presidência da República foi uma organização essencialmente midiática. Segundo ele, o judiciário foi um dos “gatilhos que disparou uma das balas principais”. “Todo o clima que foi se construindo era o de que tínhamos um grande processo de corrupção no Brasil. Isso vem desde os idos do mensalão e essa é uma narrativa fundamentalmente midiática. Eram as capas de revista, as matérias no Jornal Nacional, eram todos os comentaristas falando, eram os entrevistados escolhidos para vociferar esse tipo de coisa como se tivéssemos uma quadrilha governando o País. Isso há mais de 10 anos porque, em 2015, isso se consolida, essa narrativa da corrupção. Ela começa a ser construída lá em 2005, aos poucos, vai ganhando volume e se torna aquela explosão em 2015 com as manifestações”, avalia.
O judiciário, na avaliação de Rovai, tem uma atuação midiática. “Veja a forma como o Moro utiliza dos meios de comunicação, as redes sociais, o Dallagnol, o Carlos Fernando ou mesmo o juiz do Rio de Janeiro, o Bretas, que prendeu o Sérgio Cabral. Eles trabalharam muito nessa dinâmica midiática”, argumenta. Mas e o papel do parlamento? “O impeachment de Dilma precisava passar por ali e alguns deputados e senadores já imaginavam que eles seriam a bola da vez após a queda de Dilma, mas eles já não tinham mais o que fazer. Eles eram obrigados a executar essa tarefa que estava predestinada a eles depois de tudo que tinha acontecido e também do movimento que eles ajudaram participando, muitos deles vestidos com camisetas da CBF e empunhando patos de borracha. Isso é uma aliança que agora tem uma pequena crise no sentido de que o campo da política está querendo acabar com a Lava Jato e o campo da Mídia e do judiciário ainda acha que pode tirar mais coelhos desse mato”, comenta o jornalista.
Ainda segundo ele, a produção de livros como a Enciclopédia do Golpe e Golpe 16, são fundamentais para garantir o registro histórico dos fatos. “São fundamentais para fazer a disputa de narrativas. A despeito de ser militante na Internet, jornalista que cobre os fatos o tempo todo, disputando as agendas públicas, mostrando que as vezes há fatos que se sobrepõem a outros e que não estão sendo discutidos pelos jornalões, pela mídia tradicional, sabemos que os livros organizam esses debates e eles são mais perenes, eles duram mais”, completa.
Os golpes – Para José Luiz Baeta, a produção de livros que denunciam o golpe é importantíssima. “É importante a contribuição que o Instituto Declatra vem realizando com a edição destes livros. Em um primeiro momento tentou-se passar a versão de que foi um impeachment constitucional da presidente Dilma. Mas, logo nos primeiros dias, com o primeiro livro “A Resistência ao Golpe” mostrou bem claro que era um golpe e que o principal inimigo deste novo estilo de golpe era a classe trabalhadora”, comenta.
Baeta também percebe afinidades entre ambos os golpes, em 1964 e em 2016. “A semelhança é derrubar qualquer projeto que possibilite o país uma emancipação dos trabalhadores, o fim da fome, a reforma educacional, a reforma agrária. Ao analisarmos a história do Brasil nestes 500 anos temos 388 anos de escravidão. Dos 100 anos de república, 15 de ditadura vargas 20 militar e 30 de república velha. O que sobra?”, questiona.
O segundo volume da Enciclopédia do golpe tem 28 verbetes de jornalistas, cientistas sociais, políticos, economistas e outros autores renomados que avaliam o papel da mídia no Golpe de 2016. Os textos exploram desde as Fake News, passando pelas revistas semanais e redes de televisão, até elementos como a fotografia e as mídias sociais.
Serviço: Lançamento do segundo volume da Enciclopédia do Golpe
Data: Sábado (10/03)
Horário: 16h
Local: Rua Primeiro de Maio, 57 – Aparecida – Santos/SP
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Enciclopédia do Golpe que trata do papel da mídia é lançada em Curitiba
Na noite desta terça-feira (6) aconteceu, em Curitiba, o lançamento do segundo volume da Enciclopédia do Golpe, que desta vez, trata exclusivamente do papel da mídia na retirada de Dilma Rousseff da Presidência da República. O evento ainda contou com um debate sobre as consequências do golpe para as mulheres trabalhadoras com a participação da ex-ministra Eleonora Menicucci.
Ela destacou dois personagens que exerceram papel fundamental no Golpe de 2016. O primeiro deles a mídia. “São cinco famílias brancas, ricas e que controlam a grande mídia do Brasil. Nós não fizemos o marco regulatório das comunicações e esse foi um dos grandes problemas”, avaliou.
O segundo papel, segundo ela, foi a misoginia. “Uma mulher, ex-guerrilheira, sem homem pendurado nela e que subiu a rampa com a filha no primeiro mandato e no segundo sozinha, ela não pode (ser presidenta). Isso começou na posse, quando falaram do vestido que usava, comparando com a Dona Marcela, a bela recatada e do lar”, exemplificou
O que se seguiu foi uma grande sequência de retirada de direitos. Desde o congelamento de gastos por 20 anos com a PEC 241 até o fim da CLT. Neste caso, a ex-ministra ressaltou um ponto específico que trata de indenizações a partir dos salários de cada trabalhadora. Quando ocorrem casos de assédio moral ou sexual os valores a serem reclamados dependerão do rendimento de cada uma. “Só se fala de gestantes e lactantes. Mas e isso aqui?”. questionou.
A ex-ministra dividiu a mesa com a ex-presidenta do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Marisa Stédile e a professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Heliana Hemetério.
Marisa Stédile também avaliou que o papel da misoginia foi preponderante. Contudo, a ascensão social também aparece como fator importante. “A mídia e a elite nunca engoliram o fato de Lula ser eleito e ter feito um governo com tanta satisfação popular e elevado o Brasil em um patamar internacional. Acredito que a mídia aproveitou aquele momento (em junho de 2013) e o sentimento difuso da classe média brasileira que não suportava saber que sua empregada doméstica tinha direitos. Aproveitou o sentimento de uma classe média facista que não suportava encontrar o peão da construção civil no aeroporto e ver o porteiro chegar para trabalhar de carro”, comentou.
Para ela a situação é clara. “Um sentimento de desprezo e ódio aos pobres. Esse sentimento passou a ser declarado publicamente nas manifestações. Passou a servir na mídia de todas as formas. Esse sentimento de ódio aos pobres se tornou visível. Eles precisavam desconstruir a imagem de Dilma e o fez de forma sórdida e rasteira. Essa desconstrução da imagem da presidenta Dilma era necessária para os interesses dos golpistas”, completou.
A professora Heliana Hemetério destacou, além da misoginia, o racismo na sociedade. “ O racismo talvez seja a pior maneira de preconceito que um ser humano sofre. Cansei de solidariedade de palavras. Não quero mais saber de folders. Quero que comecem a pensar o quanto vocês são racistas, como vocês praticam diariamente na vida de vocês, com relação a cozinheira, a empregada doméstica, a faxineira. O racismo não é pauta ido movimento feminista e nem de mulheres”, provocou.
Heliana seguiu a linha provocativa e questionou quantas pessoas seguem exatamente os direitos de mulheres trabalhadoras negras que exercem atividades domésticas. “Há um discurso de perdas trabalhistas, mas não querem saber quando nós conseguimos a obrigatoriedade de assinar carteira de nossas empregadas”, argumentou.
Livro – A diretora geral do Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra), Mirian Gonçalves, mediou o debate que precedeu o lançamento do segundo volume da Enciclopédia do Golpe. “Nosso objetivo não é apenas relatar, mas registrar. Daqui 20 ou 30 anos vão querer saber o que aconteceu na história. Estamos fazendo isso, além dos outros livros, com essa motivação”, avaliou.
A ex-ministra Eleonora Menicucci também ressaltou o papel histórico das publicações produzidas pelo Instituto Declatra no registro histórico do momento. Esta coleção conta a história do golpe de vários aspectos, a partir de várias frentes, para que não se esqueça o que acontecei e não se repita jamais”, finalizou comparando com memórias da ditadura de 1964 que até hoje não estão resolvidas.
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Lançamento da Enciclopédia do Golpe – o Papel da Mídia em Curitiba será no dia 06 de março
O Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra) promove no próximo dia 06 de março, às 19h, o debate “A Mulher Trabalhadora e o Golpe” alusivo à semana das mulheres. Durante o evento será lançado o segundo volume do livro Enciclopédia do Golpe que tratará, exclusivamente, do papel da mídia na deposição de Dilma Rouseff da Presidência da República.
O debate, que será realizado no auditório da APP-Sindicato, terá a participação da ex-secretária especial de Políticas para as Mulheres do Governo Federal, Eleonora Menicucci, da professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Heliana Hemetério e da diretora da Fetec-PR e ex-presidenta do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Marisa Stédile.
“Faremos o lançamento do livro durante um evento que debaterá os desafios enfrentados pelas mulheres, sejam eles os históricos ou os contemporâneos. Ambos os eventos acabam se complementando, uma vez que não podemos nunca esquecer ou excluir o caráter misógino do golpe”, avalia a advogada, ex-vice-prefeita de Curitiba e organizadora do livro, Mirian Gonçalves.
O livro reúne 28 textos, de renomados jornalistas e membros da academia, que analisam como a mídia contribuiu para o atual cenário político, social e econômico brasileiro. Desde canais de televisão, passando por instrumentos como a fotografia, até as mídias sociais e as chamadas fake news.
O evento é promovido pelo Instituto Declatra com apoio do setorial de mulheres do PT, da Fetec-PR, CUT-PR e APP-Sindicato.
Serviço: Lançamento do segundo volume do livro Enciclopédia do Golpe e debate “A Mulher Trabalhadora e o Golpe”.
Data: 06 de março
Horário: 19h
Local: Auditório da APP-Sindicato. Av. Iguaçu, 880, bairro Rebouças. Curitiba-PR.
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Enciclopédia do Golpe – o Papel da Mídia será lançado em São Paulo com a presença de Dilma Rousseff
O segundo volume do livro “Enciclopédia do Golpe”, que trata exclusivamente do papel da mídia, será lançado no dia 07 de março, em São Paulo. O evento que terá início às 18h no “Club Homs” terá a participação de Dilma Rousseff.
O lançamento acontecerá durante o evento “Professoras, mães, mulheres educadoras por educação, direitos e democracia”, promovido pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). Além de Dilma Rousseff, confirmaram presenta também a ex-secretária das mulheres do Governo Federal, Eleonora Menicucci e a presidenta da Apeoesp, Professora Babel.
O livro reúne 28 textos, de renomados jornalistas e membros da academia, que analisam como a mídia contribuiu para o atual cenário político, social e econômico brasileiro. Desde canais de televisão, passando por instrumentos como a fotografia, até as mídias sociais e as chamadas fake news.
Serviço: Lançamento do segundo volume do livro Enciclopédia do Golpe
Data: 07 de março
Horário: 18h
Local: Club Homs, Av. Paulista 735. São Paulo – SP.
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