Segundo volume de livro sobre assédio moral organizacional nos bancos será lançado no dia 16 em Curitiba
O Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra) e o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região lançam, no próximo dia 16, às 17h, no Auditório do Ministério Público do Trabalho em Curitiba, o segundo volume do livro “Assédio Moral Organizacional – As Vítimas dos Métodos de Gestão nos Bancos”. A obra é resultado de uma extensa pesquisa que avaliou os efeitos práticos na vida dos trabalhadores bancários com as formas de gerenciamento das instituições financeiras.
“Iniciamos este trabalho a partir da análise de dados de rescisão de trabalhadores bancários, aliando com informações e estatísticas de órgãos oficiais, como o Ministério da Saúde, Justiça do Trabalho e da Previdência Social. Em um primeiro momento esta investigação concentrou-se no Banco HSBC e resultou no movimento Vítimas do HSBC, que hoje é denominado Vítimas do Bradesco. Neste caso o recorte é com bancários do Itaú”, explica o presidente do Instituto Declatra, Mauro Auache. A obra é organizada por Jane Salvador de Bueno Gizzi, Ricardo Nunes de Mendonça e Gabriela Caramuru.
Os pesquisadores do instituto realizaram uma análise dos problemas de saúde relatados nas homologações de rescisão de contrato de trabalho realizadas entre 2006 e 2014. Entre outros indicadores, a pesquisa também avaliou os processos trabalhistas contra o Itaú ajuizados na comarca de Curitiba entre os anos de 2011 e 2015.
Segundo a pesquisa, dos 1.197 casos de demissões no banco no período analisado, em 505 havia referência a problemas de saúde, mais de 40%. “Dos trabalhadores que apontaram algum tipo de problema de saúde, quase 50% deles citou o estresse, o que significa 20% do universo total. A maioria deles são mulheres e trabalhadores sindicalizados”, explica Auache.
Outro dado revelador que a pesquisa constatou foi de que 72% das demissões foram sem justa causa, enquanto 15% foram a pedido do trabalhador e a maioria dos que referiram problemas de saúde (59,4%) tinha mais de 10 anos de banco.
A pesquisa também mostra que os processos por assédio moral contra o banco estão crescendo desde 2011. Entre os anos de 2012 e 2014, por exemplo, o crescimento foi de 27% e as mulheres são responsáveis por 56% das ações que pedem reparações por este tipo de conduta do Itaú.
Seminário – O livro será lançado às 17h como parte das atividades do Seminário “Assédio Moral Organizacional – As Vítimas dos Métodos de Gestão nos Bancos” que será realizado no auditório do Ministério Público do Trabalho. O evento terá início às 9h30 do dia 16 de março.
Confira a programação :
9h30 Mesa de Abertura – Apresentação Projeto Pesquisa
– Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região
– FETEC-CUT-PR
– CONTRAF-CUT
10h30 -Transformações no Mundo do Trabalho – Coordenação Mirian Gonçalves
– Giovani Alves (Sociólogo UNESP)
– Jane Salvador de Bueno Gizzi – (Advogada e sócia do IDeclatra)
14h00 -Adoecimento Mental no Trabalho – Coordenação Humberto Marcial Fonseca
– Lis Sobbol (Psicóloga UFPR);
– Guilherme Souza Cavalcanti de Albuquerque (Médico UFPR);
– Roberto Heloani (Professor Doutor da Unicamp);
15h30-Tutelas Coletivas e meio ambiente do trabalho – Coordenação Nasser Ahamad Allan
– Mauro Menezes – Advogado, Mauro Menezes, Presidente da Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República;
– Hugo Cavalcanti Melo Filho – Juiz do Trabalho TRT6, Presidente da Associação Latino-americana de Juízes do Trabalho (ALJT);
LANÇAMENTO DO LIVRO:
17h00 – Lançamento Livro: ASSÉDIO MORAL ORGANIZACIONAL – AS VÍTIMAS DOS MÉTODOS DE GESTÃO NOS BANCOS – Volume II
Organizadores: Jane Salvador de Bueno Gizzi, Ricardo Nunes de Mendonça e Gabriela Caramuru Teles.
Local: Auditório do MPT Curitiba;
Data: 16 de março de 2017.
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Desumanização e saúde do trabalhar bancário é tema de debate no Circo da Democracia
Durante a tarde desta quarta-feira (10) a programação do Circo da Democracia incluiu um debate sobre a desumanização e a saúde do trabalhador bancário. A categoria é a que mais sofre com este tipo de problemas relacionados ao trabalho. O evento, realizado no salão nobre da Universidade Federal do Paraná, destacou os métodos de gestão como mecanismos de ampliação de lucro e uma das origens que levam ao adoecimento.
A pesquisadora do Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra), Gabriela Caramuru, apontou para a exploração do trabalho. “O que é exploração? A nossa jornada é dividida em duas partes. A primeira é a parte que efetivamenteefica conosco, o salário. A segunda é a mais-valia, o lucro, que só pode vir do trabalho, do desgaste do corpo dos trabalhadores. Por isso a exploração do trabalho, é a forma de acumulação. Pesquisas apontam que no caso dos sapateiros, por exemplo, a sua parte do trabalho não chega a uma hora em um jornada de sete horas. Essa é a mais-valia”, afirmou.
De acordo com ela, esse embate não dá trégua. “Por isso não existe conciliação, pois o objetivo do capitalismo é sempre empurrar para baixo esse trabalho que nós precisamos, que são os salários. Aumentam a parte que sobra da jornada, o lucro, as custas da saúde de todos.” O Instituto realiza uma série de pesquisas voltadas aos métodos de gestão e seus reflexos na saúde do trabalhador. Este trabalho resultou no movimento “Vítimas do HSBC”, um livro e estudos voltados também aos trabalhadores do banco Itaú.
O médico do Ministério Público do Trabalho, Elver Moronte, chamou a atenção para alguns fatores que estão ligados à saúde dos bancários. “O trabalho é imaterial, no caso da produção de veículos, por exemplo, você consegue ver o produto do trabalho. O bancário produz lucro baseado na transformação da mercadoria em dinheiro, uma coisa subjetiva, através de instrumentos como softwares, computadores e telefonemas. Como o trabalho precisa ser visualizado para ter sentido, essa coisa imaterial traz uma dificuldade”, avaliou.
Moronte reforçou que a saúde é resultado de uma série de fatores. Segundo ele, há uma determinação social que leva ao nosso jeito de viver, de adoecer e de morrer. “Médicos anestesistas, por exemplo, tem mais problemas com o uso de drogas lícitas ou não. Médicos costumam morrer mais cedo e trabalhadores rurais tem mais câncer”, exemplificou.
Já a secretária de saúde e de condições de trabalho do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Ana Fideli, retratou a importância das organizações levarem cada vez mais a sério a saúde em suas negociações coletivas. “Nosso trabalhadores estão muito adoecidos. São 10,6% dos trabalhadores bancários no Paraná e em Curitiba esse percentual é de 12% e quando ele adoece, sente-se sozinho. Geralmente quando é mulher, na primeira vez que nos procura, vem com seu companheiro, com seu namorado. Já na segunda vez vai com uma amiga e na terceira já vai sozinha. Quando perguntamos o que aconteceu a resposta ‘eu me separei’”, relatou Fideli.
O secretário de saúde da Fetec, federação que reúne trabalhadores bancários de todo o Paraná, Ademir Vidolin, disse que o objetivo deve ser a eliminação dos riscos e dos adicionais. “Um banco não coloca porta giratória e paga adicional de periculosidade. O ladrão entre, dá três tiros no peito do bancário, o mata, e o banqueiro fala que paga esse adicional. Nossa lógica é sair dos adicionais e trabalhar pela eliminação do risco”, concluiu.
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Instituto Declatra finaliza pesquisa sobre os Métodos de Gestão e o Adoecimento dos Trabalhadores – Caso Itaú
O Instituto de Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra) finalizou uma nova pesquisa. Trata-se da análise dos métodos de gestão e seus reflexos na saúde dos trabalhadores bancários do Itaú. A investigação, iniciada em maio do ano passado, segue os mesmos moldes da primeira análise que resultou no Movimento Vítimas do HSBC.
“Novamente encontramos nesta pesquisa, com dados científicos, a nossa impressão empírica do dia-a-dia das ações e atendimento destes trabalhadores bancários. Novamente a pesquisa comprova: os métodos de gestão dos bancos adoecem”, afirma o presidente do Instituto Declatra, Mauro Auache.
Com a pesquisa finalizada, o Instituto formalizou a entrega dos dados ao Sindicato dos Bancários de Curitiba e disponibilizará o material em seu site. Também está sendo preparada para impressão para ser distribuída para a categoria em uma agenda de eventos que precedem a negociação coletiva nacional dos bancários com a Federação Nacional dos Bancos. A pesquisa também será apresentada na Conferência Estadual dos Bancários, marcada para os dias 01, 02 e 03 de julho.
Estatísticas – Assim como aconteceu com a pesquisa dos bancários do HSBC, os dados compilados pela equipe de pesquisadores mostra uma diferença alarmante entre o adoecimento dos bancários e demais trabalhadores. “Os afastamentos por transtornos mentais entre os bancários é de 22,2% enquanto nas demais categoria este índice é de 10,1%, ou seja, mais que o dobro”, explica a pesquisadora do Instituto Declatra, Gabriela Caramuru.
O crescimento de afastamento por este tipo de problema de saúde também mostra uma grande disparidade na relação da categoria com os demais trabalhadores. Enquanto os bancários tiveram um crescimento de 65,1% nos afastamentos por problemas de transtornos mentais, os demais ficaram na faixa de 25%.
De acordo com o pesquisador Julio Gnap, a análise dos dados do INSS também mostrou que em cinco anos 36.698 bancários foram afastados por mais de 15 dias em virtude de doenças relacionadas ao trabalho. Este percentual equivale 10% do total de trabalhadores do setor bancário de todo o Brasil. “São mais de 600 bancários afastados a cada mês”, exemplifica Gnap.
A pesquisa também analisou 1.197 homologações de desligamento de trabalhadores do Itaú e 42,2% apontaram problemas de saúde. A maioria deles na agência operacional. Foram 49,3% dos trabalhadores deste setor que apontaram problemas de saúde. “Os trabalhadores deste setor são encarregados de muitas funções, inclusive braçais e normalmente ficam abaixo hierarquicamente, estando mais sujeitos aos problemas de saúde física e mental”, explica a secretária de Saúde do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Ana Fideli.
Quando se toma por base a função, caixas e assistentes são os mais afetados. Mais da metade dos trabalhadores nesta função acusaram problemas de saúde ao deixar o banco. Outra estatística que está na mesma linha da pesquisa realizada com o HSBC é a vulnerabilidade feminina. Das mulheres 46,4% acusaram problemas de saúde enquanto homens foram 37,4% dos casos.
Entre os problemas de saúde mais apontados, em primeiro lugar, o estresse com 20,1%. Na sequência problemas nos ombros, depressão e insônia com 16,9%, 13,9% e 12,4%. “Neste caso, como os problemas são apontados pelos próprios trabalhadores, há uma generalização como no caso do estresse sem uma análise médica que aponte uma doença específica”, comenta o pesquisador do Instituto Declatra Guilherme Uchimura.
No caso dos processos judiciais analisados há pedidos por danos morais em 43,4% deles. “Neste cenário, 97% relataram problemas com métodos de gestão assediosos e 30% relataram problemas de saúde”, explica Uchimura. Entre os principais riscos psicossociais identificados estão longas jornadas e ausência de convívio social, metas abusivas, precariedade nas relações internas de trabalho, falta de pausas e ameaças de demissão.
Pesquisa – A pesquisa conduzida pelo Instituto Declatra em parceria com o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região envolveu uma equipe multidisciplinar que analisou dados de auxílios-doença concedidos pelo INSS entre 2007 e 2013, homologações de desligamento de trabalhadores do Itaú entre 2008 e 2013 e processos trabalhistas contra o banco realizados em Curitiba entre 2011 e 2015.
“Os resultados, em muitos casos, são semelhantes aos obtidos na pesquisa que envolveu especificamente o HSBC. Isso aponta, novamente, para que os problemas que levam ao adoecimento dos trabalhadores bancários estão concentrados nos métodos de gestão assediosos utilizados pelo banco para majorar sua lucratividade”, explica o pesquisador Guilherme Uchimura.
Os próximos passos serão a utilização destes dados para análise jurídica e também de ações políticas e sindicais por parte do sindicato. “Vamos avaliar, assim como fizemos no caso do HSBC, a possibilidade de ações judiciais como por exemplo uma tutela inibitória e de remoção do ilícito. O objetivo é que o banco se abstenha de praticar atos e políticas de gestão que possam ferir o direito de personalidade dos trabalhadores ou que levem ao seu adoecimento”, explica um dos coordenadores da pesquisa, o advogado Ricardo Mendonça.
“Esta pesquisa será extremamente útil. Ela nos mostra, de forma científica, informações que sabíamos pelo atendimento aos bancários no sindicato. Agora, com estes dados em mãos, vamos utilizá-los nas negociações patronais para exigir melhores condições de trabalho para a nossa categoria que cada vez mais adoece trabalhando”, completa a secretária de Saúde do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Ana Fideli.
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Instituto Declatra participa do Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidente de Trabalho organizado pela FETEC/CUT/PR
O Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra) participará no próximo dia 28 de abril do “Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidente de Trabalho”. A atividade, que será realizada na Boca Maldita, durante todo o dia, é organizado pela Secretaria de Saúde FETEC/CUT/PR. Durante as atividades será realizada distribuição de material, informações e esclarecimentos à população.
“E uma campanha internacional e que reúne as mais variadas categorias de trabalhadores. Como esta data foi designada como ‘Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidente de Trabalho’, uma série de ações acontecerão em todo o Brasil. Uma ação indispensável haja visto que o número de incidentes ainda é alto e precisa ser combatido”, explica o presidente do Instituto Declatra, Mauro Auache.
Além de Auache, a advogada Gabriela Caramuru participará da atividade no dia 28. “Vamos esclarecer dúvidas sobre direitos trabalhistas, assédio moral organizacional e divulgaremos o movimento “Vítimas do HSBC” e o nosso livro “Assédio Moral Organizacional – As Vítimas dos Métodos de Gestão Nos Bancos”, completa Auache.
O evento é destinado aos bancários e público em geral e tem como organizador a Secretaria de Saúde da FETEC/CUT/PR e a Secretarias de Saúde do Sindicato dos Bancários de Curitiba
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Declatra participa do ato das centrais sindicais contra o PL 4.330
Advogados do Declatra participaram na manhã desta quarta-feira (15), em Curitiba, de um ato contra o Projeto de Lei 4.330. A mobilização foi organizada pelas principais centrais sindicais do Paraná em conjunto com os movimentos sociais. Outros atos semelhantes aconteceram em todo o Brasil.
Mais de cinco mil pessoas participaram da caminhada e a estimativa é de que mais de 100 mil trabalhadores foram mobilizados com as atividades realizadas pelos sindicatos e centrais nos locais de trabalho.
“Participar de um ato como este, antes de qualquer coisa, é uma atitude cidadã. Defender os direitos históricos dos trabalhadores deve ser uma pauta prioritária para todos, envolvidos ou não com os movimentos sociais”, avalia o presidente do Instituto Declatra, Mauro Auache.
Além dele, participaram do ato a advogada e vice-prefeita de Curitiba, Mirian Gonçalves, os advogados Marcelo Giovani Batista Maia, Jane Salvador de Bueno Gizzi, Laura Maeda Nunes, Rubens Bordinhão Neto e as Pesquisadoras do Instituto Declatra, Paula Cozero e Gabriela Caramuru.
STF – O escritório representa a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra) no Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) nº 713211, com repercussão geral, que tratará sobre o conceito da atividade-fim de uma empresa no caso da terceirização.A ação tem origem com uma empresa de celulose de Minas Gerais que explorava, de forma ilícita, a terceirização na atividade-fim. Atualmente a terceirização é regulamentada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) com a Súmula 331.
Confira as imagens do material informativo distribuído durante a mobilização.
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