Advogado do escritório fará Pós-Doutorado na UFRJ com tema voltado às greves no Brasil republicano
O advogado do escritório, Nasser Allan, iniciará neste ano seu Pós-Doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele será orientado pela professora Sayonara Grillo Coutinho Leonardo da Silva e tratará do tema “Greves no Brasil Republicano: lutas por dignidade e democracia”.
Allan concluiu em 2015 seu doutorado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) com nota 10 conceito A. Sua tese era intitulada “Deus, Diabo e Trabalho: Doutrina Social Católica, Anticomunismo e Cultura Jurídica do Brasil (1910-1945)”.
De acordo com ele, o trabalho a ser desenvolvido tratará do tema dentro do período delimitado, tendo a greve como um dos pontos principais a serem abordados. “Independentemente de sua finalidade, a greve deve ser compreendida como uma ‘ação da classe trabalhadora que se manifesta por meio de uma prática social’, sendo ‘uma experiência-limite’, já que interrompe a cadeia produtiva tão cara ao modo de produção capitalista, ocasionando transtornos indesejados nas relações de produção. Resulta disso que todo movimento paredista, por mais que tenha como pauta somente assuntos econômicos, sempre terá uma essência política”, explica Allan.
O início do estudo coincide com o centenário da greve geral de 1917, considerada um marco para o movimento trabalhista brasileiro. O movimento aconteceu em julho daquele ano em São Paulo, durante a Primeira Guerra Mundial e tornou-se uma das mais longas do País. “Foi um dos primeiros grandes movimentos de politização dos trabalhadores brasileiros. Provavelmente sua grande vitória não foram as conquistas econômicas ou de cunho corporativo, mas o reconhecimento do movimento dos trabalhadores como uma instância legítima que obrigou os patrões a negociar”, finaliza.
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Greve dos Petroleiros tem pauta pelo Brasil, afirma dirigente da FUP
A greve dos Petroleiros de todo Brasil, que teve início no último dia 1º de novembro, tem uma pauta diferente do que a maioria dos movimentos paredistas do País. Neste caso a luta dos trabalhadores não é por cláusulas econômicas ou sociais, mas sim a discussão de um projeto de nação. Após a intensa mobilização da categoria, a Petrobrás convocou a FUP para uma rodada de negociações na segunda-feira (9), contudo, sem avanços importantes e o movimento paredista continua. Este é o cenário colocado pelo secretário de formação da Federação Única dos Petroleiros, Gerson Castellano. Ele também é dirigente do SindiQuímica-PR, que é assessorado pelo escritório.
“É imprescindível discutir a pauta pelo Brasil. Nós estamos fazendo uma greve histórica, única, onde uma categoria toda não está discutindo cláusulas econômicas, cláusulas sociais. Nós estamos discutindo o projeto que queremos para Petrobrás, que ela continue sendo indutora do desenvolvimento nacional. Uma Petrobrás que represente os anseios da população e não apenas para a Bolsa de Valores. Uma empresa que responda para aquilo que ela foi criada, atender o Estado e a população. A condição principal (para encerrar a greve) é que a empresa nos chame para discutir a pauta pelo Brasil, isso é a condição que não abrimos mão. Estamos no caminho certo”, revela Castellano.
De acordo com ele, o movimento segue uma linha ascendente no Brasil e também no Paraná. A cada dia mais trabalhadores aderem à greve com um trabalho de convencimento ideológico que está sendo realizado pelos sindicatos e pela própria FUP. “A primeira unidade que parou em todo o Brasil foi a Fafen Paraná. A produção parou 100% 18 horas após o início da greve. Na Repar estamos tendo avanço para convencer os trabalhadores e estão aderindo a greve. Tanto que a empresa entrou com uma ação forçando o sindicato a colocar mais gente lá dentro. Estamos em um ponto que a empresa movimenta as peças jurídicas”, relatou.
Esta judicialização do processo de greve, sobretudo com o uso de interditos proibitórios, segundo Castellano é um retrocesso. Para o dirigente da FUP, também mostra a incoerência da empresa que negou-se a discutir, na última quarta-feira com a Federação no Ministério Público do Trabalho em uma reunião solicitada pelos próprios trabalhadores. “Nós entendemos que os interditos são uma ferramenta muito cruel para os trabalhadores. Porque a empresa tem o poder econômico, ela ameaça os trabalhadores e aliada isso a Justiça se posicionando desta forma fica complicado. É uma incoerência muito grande, pois na última quarta-feira a FUP agendou reunião no Ministério Público, lá no Rio de Janeiro, para regrar a greve. A empresa não compareceu. Então mostra como agiu de forma maquiavélica. A empresa não quer a solução, ela quer a judicialização”, finalizou o dirigente.
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Greve na Petrobras começou neste domingo
Após ignorar por mais de cem dias a Pauta pelo Brasil e insistir em uma proposta de Acordo Coletivo que reduz direitos, a Petrobrás, em mais uma atitude arrogante, não compareceu à audiência com o Ministério Público do Trabalho, realizada nesta quinta-feira, 29, no Rio de Janeiro, com a participação da FUP e de seus sindicatos. “A ausência da empresa reflete o desinteresse em buscar uma solução negociada no que diz respeito às questões levantadas pela Federação e principalmente sobre o regramento da greve”, ressaltou o MPT na ata da audiência.
Diante do impasse estabelecido pelo silêncio da Petrobrás em relação à Pauta pelo Brasil, a FUP e seus sindicatos comunicaram ao Ministério Público que a categoria petroleira entrará em greve nacional, a partir do dia primeiro de novembro. A greve, com parada e controle de produção, será por tempo indeterminado e com avaliações diárias. O movimento teve início a partir das 15 horas de domingo (01/11), em cumprimento ao prazo legal de 72 horas de antecedência que é estabelecido para comunicação da greve.
Na audiência com o MPT, a FUP ressaltou que o Plano de Negócios e Gestão da Petrobrás afeta drasticamente a sociedade brasileira e a vida de milhares de trabalhadores que estão sendo demitidos pelo país afora. Os cortes de investimentos, venda de ativos, interrupção de obras e paralisação de projetos impactam o desenvolvimento e a soberania nacional. Segundo estudos do próprio governo, para cada R$ 1 bilhão que a Petrobrás deixa de investir no país, o efeito sobre o PIB é de R$ 2,5 bilhões. Se o PNG não for alterado, a estimativa é de 20 milhões de empregos deixarão de ser gerados até 2019.
A FUP também tornou a denunciar para o MPT as ações antissindicais da Petrobrás e cobrou que a Lei de Greve seja cumprida não só pelos trabalhadores, como também pelos gestores da empresa. Em reunião no dia 08 com a Procuradoria Geral do Trabalho, a empresa, cinicamente, ainda negou as arbitrariedades que comete para tentar impedir a greve dos trabalhadores. A FUP e seus sindicatos reiteraram para o Ministério Público que não admitirão que companhia financie equipes de contingências para tentar impedir o legítimo direito de greve da categoria, como tem feito historicamente, com a anuência da justiça.
Pelo que os trabalhadores lutam?
Impedir o desmonte da Petrobrás e das conquistas que a categoria e o povo brasileiro garantiram, após anos de luta. Esse é o objetivo central da luta que os petroleiros vêm travando pela revisão do PNG. As principais reivindicações estão expostas na Pauta pelo Brasil, onde os trabalhadores cobram a suspensão imediata do processo de privatização em curso na empresa e deixam claro que não aceitarão nenhum direito a menos. A pauta foi aprovada durante a 5ª Plenária Nacional da FUP, realizada entre 01 e 05 de julho, em Guararema (SP), e protocolada na Petrobrás no dia 07 de julho.
::Manutenção da Petrobrás como uma empresa integrada e indutora do desenvolvimento nacional.
::Suspensão da venda de ativos e conclusão das obras do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), da Refinaria Abreu e Lima (PE) e da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Mato Grosso do Sul (Fafen-MS).
::Preservação da política de conteúdo nacional, com construção de navios e plataformas no Brasil.
::Garantia de que as riquezas do pré-sal sejam exploradas pela Petrobrás, em benefício do povo brasileiro.
::Implementação de uma nova política de saúde e segurança que garanta o direito à vida e rompa com o atual modelo de gestão que já matou 19 trabalhadores só este ano.
::Recomposição dos efetivos.
::Preservação de todos os direitos conquistados pelos trabalhadores.
Fonte: FUP
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Greve dos petroleiros e petroquímicos será definida ainda em agosto
Os petroleiros e petroquímicos de todo o Brasil podem entrar em greve por tempo indeterminado. As categorias não concordam com um plano de desinvestimento que está sendo pautado pela direção da empresa.
“Os petroleiros já tem indicado greve em virtude da direção de hoje da Petrobrás estar cumprindo um plano de desinvestimento. Nós estamos articulando uma greve para barrar este plano. Teremos um indicativo da data de início da greve ainda neste mês, quando realizaremos um encontro para definir os detalhes da operação”, explica o coordenador geral do Sindicado dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Paraná (Sindiquímica-PR) e secretário de formação da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Gerson Castellano.
Paralelamente a Federação Única dos Petroleiros (FUP) está desenvolvendo uma série de ações para barrar o PLS 131, de autoria do Senador José Serra (PSDB-SP), que pretende retirar do controle da estatal a exploração do Pré-Sal. Neste caso, os recursos oriundos dos royalties não seriam mais destinados para investimentos públicos em áreas essenciais, como é o caso da educação.
“Estamos com atividades constantes. Atos em aeroportos e mantendo conversa com todos os senadores. Temos parlamentares com posição fechada, como é o caso do próprio José Serra e Aloysio Nunes (PSDB-SP), mas estamos conversando com quem está em dúvida”, garante Castellano.
A categoria tem sido alvo frequente em virtude das suas mobilizações em defesa da Petrobrás. Além do PLS 131 de José Serra e do plano de desinvestimentos na empresa, a FUP tem organizado mobilizações para não deixar que a Operação Lava-Jato comprometa a credibilidade da estatal.
O resultado foram ataques aos trabalhadores. Após serem chamados de vagabundos pelos senadores José Serra e Aloysio Nunes, na segunda-feira (10) um diretor da FUP foi agredido pelo deputado estadual Marcos Vieira (PSDB/SC) na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. El participava de um ato contra o PLS 131.
O episódio mais recente aconteceu nesta quarta-feira (12) quando dirigentes da FUP foram impedidos de ter acesso às instalações do Senado para acompanhar as sessões e votações do PLS 131. Apesar de uma liminar que garantia o acesso, o presidente da Cassa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), vetou a participação dos representantes dos trabalhadores.
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Escritório assessora APP-Sindicato na retomada da greve dos professores e educadores
O escritório está trabalhando em conjunto com o setor jurídico da APP-Sindicato nos embates jurídicos travados pela entidade com o Governo do Estado. Após deflagrar a greve no último sábado (25), em assembleia realizada em Londrina, os trabalhadores da educação foram impedidos de ingressarem nas galerias da Assembleia Legislativa. Eles desejam acompanhar a votação do Projeto de Lei 2525/2015 que está sendo chamado de “Confisco da Paraná Previdência”.
“Assim como já aconteceu no primeiro momento da greve, iniciada em fevereiro deste ano, estamos atuando em parceria com o setor jurídico da APP-Sindicato para impedir que ilegalidades sejam cometidas contra os trabalhadores”, explica o advogado do escritório, Nasser Allan.
Na manhã desta terça-feira (28) a entidade conseguiu junto ao Tribunal de Justiça do Paraná um habeas corpus para que os trabalhadores tenham acesso garantido ao Plenário da Assembleia Legislativa tantas vezes quanto forem necessárias.
Relembre a matéria anterior sobre a parceria clicando aqui .
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Declatra assessora APP-Sindicato no embate jurídico que tenta impedir legalidade da greve dos professores
O Declatra está atuando como consultor da APP-Sindicato para impedir que seja decretada a ilegalidade da greve dos professores e funcionários de escolas estaduais. O advogado do Instituto e do escritório, Ricardo Nunes de Mendonça, participa das etapas que acompanham o embate ao lado do departamento jurídico da entidade.
“Não há indício nenhum de ilegalidade na greve da categoria, uma vez que todos os preceitos legais foram atendidos”, relata Mendonça. Ao lado da secretaria de assuntos jurídicos da APP-Sindicato, ele trata da defesa do servidores públicos no processo movido pelo Governo do Estado que pede a suspensão do movimento.
No entendimento do juiz Victor Martin Batschke, a única determinação momentânea é a de que os professores do 3ª ano e 30% dos funcionários de escolas retornem às suas atividades. A decisão ocorre em virtude do argumento do governo estadual de que os alunos desta série estariam sendo prejudicados em virtude de provas como o ENEM e o próprio vestibular.
A APP-Sindicato, por sua vez, já revelou que pedirá que o Governo do Estado forneça condições mínimas para que este retorno parcial ocorra. Uma das motivações da greve, inclusive, é a ausência de estrutura mínima para que o retorna das aulas aconteça.
Em seu despacho o juiz afirmou que “não há qualquer argumento verossímil para ser admitida a ilegalidade ou abusividade” e ainda considerou como “ingênuo” o argumento do executivo estadual de que a greve teria finalidades políticas.
Assembleia – Enquanto o Governo do Estado trabalha para judicializar a greve dos professores e funcionários das escolas públicas da rede estadual, a categoria decidiu pela continuidade da greve.
Em assembleia realizada na manhã desta quarta-feira (4), na Vila Capanema, mais de 20 mil trabalhadores optaram, de forma quase unânime, pela continuidade do movimento paredista.
Logo após o fim da assembleia, os professores e funcionários de escola seguiram em caminhada até o Palácio Iguaçu, onde está o acampamento da categoria.
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Clientes não podem ser penalizados com a greve dos bancários
A greve é um direito constitucional dos trabalhadores, mas as instituições financeiras procuram mecanismos para impedir o direito de greve, seja utilizando-se de institutos inapropriados na via judicial, como é o caso do expediente dos interditos proibitórios ou tentando jogar a população, principalmente aqueles mais carentes, com dificuldades de acessos, contra os grevistas como forma de conquistar a opinião pública.
“Somente a compensação é tida como atividade essencial, portanto, apenas neste caso a categoria bancária deve disponibilizar um efetivo mínimo de 30% durante a paralisação. Para os demais serviços os bancos devem oferecer mecanismos suficientes para que o consumidor não seja prejudicado, como por exemplo: dilatar os prazos para pagamentos para período posterior ao término da greve, sem a cobrança de multas e juros. Lembrando que, serviços como os caixas eletrônicos, os correspondentes bancários (caso dos correios) e os home bankings, por exemplo, podem suprir esta necessidade”, explica Auache.
Ele orienta que os consumidores que sentirem-se prejudicados pelos bancos podem, procurar seus direitos. “Neste caso o caminho correto é o Procon ou ainda a Justiça Comum, como o juizado de pequenas causas”, relata.
Auache exemplifica com o caso dos Correios e do Transporte Público. “Num cenário de greve no transporte quando o consumidor não consegue chegar ao trabalho por conta de greve do transporte público, não pode ter seu dia de trabalho descontado. Da mesma forma funciona com os bancos, em que o consumidor não poderá ter o nome incluído nos cadastros de proteção ao crédito, ou sofrer cobrança de multa e juros em face de não pagamento no prazo por motivo de greve”, completa.
Liminar – Durante a greve dos Bancários em 2013, o Ministério Público da Paraíba conseguiu uma liminar deferida pela 10ª Vara Civil de João Pessoa que proibia as instituições bancárias de penalizarem seus clientes caso eles não honrem seus compromissos. Caso a decisão judicial não fosse à levada a risca, os bancos é que seriam multados por dia de descumprimento. O valor variava de R$ 50 mil até R$ 500 mil.
Pela decisão os bancos não poderiam cobrar juros, multas contratuais e demais encargos financeiros a partir do momento do início da greve. Os vencimentos dos títulos bancários e contratos deveriam ser prorrogados por no mínimo 72 horas a partir do momento em que os serviços bancários fossem normalizados.
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Greve dos bancários: escritório repassa orientações ao sindicato
Os bancários entraram em greve à meia-noite desta terça-feira (30) com todas as orientações e uma forte retaguarda preparada pelo DECLATRA. As principais demandas para a organização do movimento, do ponto de vista jurídico, já foram repassadas e uma equipe está atuando especialmente no movimento. A atenção especial está nos interditos proibitórios, mecanismo do Direito Civil utilizado pelos bancos para constranger os trabalhadores e cercear o direito à greve.
“Estamos fazendo um levantamento de todos os interditos ajuizados em 2013 e o andamento de cada um deles. Este material serve como referência para ações e também para debates dentro da própria categoria. Também preparamos um amplo material com orientações sobre o direito de greve, assédio moral, assédio processual, práticas antissindicais e também com orientações jurídicas a respeito da organização dos piquetes. Além disso temos uma equipe que trabalhará em tempo integral para acompanhar e fornecer toda a retaguarda necessária para a categoria”, relata o advogado Mauro Auache.
Ele explica que uma das principais preocupações do escritório e da própria direção do sindicato diz respeito aos interditos proibitórios. “Este é um mecanismo previsto no direito civil para impedir a ameaça à posse. Contudo, na greve hão há este receio, pois não há ocupação já que a maioria dos atos ocorre em local público como forma da classe trabalhadora enfrentar a força empresarial”, relata Auache. De acordo com ele, há um desvirtuamento do conceito do interdito proibitório.
“O interdito atropela os direitos da livre organização dos trabalhadores, impedindo reuniões em área pública e o direito à expressão do pensamento quando, por exemplo, proíbe o uso de carros de som ou determina que os grevistas permaneçam afastados da entrada das agências. Mas estamos trabalhando para garantir o direito à greve plena como está na constituição”, completa Auache.
Outro aspecto que deve ser levado em conta nesta estratégia jurídica dos bancos é o assédio processual. Com estas ações ele inibe a categoria de participar do movimento grevista, já que aliado aos interditos veem as ameaças de que impõem receios no trabalhador que decida participar de forma ativa e solidária do movimento grevista.
“Podemos caracterizar esse assédio com o uso destas ações por conta da “ameaça” de privação da posse dos bancos, pelo ajuizamento de várias ações nesta linha e pela lavratura de atas notariais para registrar condutas que possam aliciar empregados”, exemplifica o advogado.
Piquetes – Um dos principais pontos de qualquer movimento grevista são os piquetes, um mecanismo sindical garantido pela lei e que se trata de uma reunião de trabalhadores na entrada do estabelecimento.
“No piquete é onde são realizados diálogos com trabalhadores, orientando sobre a greve, as decisões da assembleia da categoria e também a busca pelo convencimento dos colegas de trabalho para que também possam aderir ao movimento. Um exercício legítimo e democrático da greve”, relata Auache.
Neste caso, segundo o advogado, todas as orientações do que é possível e o que não é permitido. “O que pode e o que não pode está bem claro e todas as orientações já foram repassadas ao sindicato e à categoria”, finaliza o advogado.
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Escritório prepara a retaguarda jurídica para possível greve dos bancários
O escritório já está pronto para assessorar o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região em caso de uma possível greve da categoria. As rodadas de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não tem surtido o efeito necessário e a categoria pode entrar em estado de greve a partir da próxima semana. A definição ocorrerá após a realização de assembleias que serão realizadas em todo o Brasil . A orientação do Comando Nacional é pela rejeição da proposta dos banqueiros e para que os 134 sindicatos realizem suas assembleias para definir a posição da categoria.
“Enquanto os bancários se organizam para a definição a respeito de uma possível greve ou não, o aparato jurídico já está preparado para enfrentarmos um novo movimento paredista. Estamos atuando com uma equipe de advogados especificamente para garantir o direito dos trabalhadores bancários”, explica o advogado do escritório, Mauro Auache.
“Desde a orientação do Comando Nacional dos Bancários pela rejeição da proposta e deflagração de greve a partir de 30 de setembro, a Secretaria Jurídica do Sindicato vem tomando todas as medidas preventivas cabíveis. Estamos trabalhando, sobretudo, para o cumprimento da Lei de Greve e para garantir a legalidade da paralisação. Também estamos alertando e informando os bancários sobre o direito de greve, garantido pela lei e pela Constituição Federal”, completa a diretora de Assuntos Jurídicos Individuais e Coletivos do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Karla Huning.
Interdito – Há alguns anos o principal problema enfrentado pela categoria durante as greves é a judicialização do movimento, sobretudo com o uso dos interditos proibitórios. Esta manobra jurídica cerceia o direito à greve e leva para os tribunais uma relação que deveria ser bilateral, ou seja, de negociação entre trabalhadores e os patrões. Contudo, apesar de criticar abertamente este cenário, o advogado do escritório, Mauro Auache, garante que a estrutura está preparada para enfrentar esta situação.
“Não será a primeira e, infelizmente, não será a última vez que enfrentaremos este cenário. A situação agrava-se pois os bancos utilizam-se de mecanismos, com o interdito proibitório, para fugir da Justiça do Trabalho e da discussão entre trabalhadores organizados e seus patrões. Mas estamos prontos para este novo embate”, garante Auache.
A diretora jurídica do sindicato tem a mesma avaliação e pede que os bancários permaneçam atentos aos veículos de comunicação da entidade para acompanharem as novidades e orientações para a categoria. “Todos os anos, os bancos usam como ferramenta de desmobilização o interdito proibitório, na tentativa de enfraquecer a paralisação dos bancários. Os bancários e a população devem ficar atentos aos meios de comunicação do Sindicato, pois neles divulgamos as orientações jurídicas e oficiais sobre a paralisação”, argumentou Karla.
Negociação – A proposta dos banqueiros gira em torno de 7% de reajuste, além da rejeição de propostas com demandas sociais, como o caso da preservação do emprego, o fim da rotatividade, fim das metas abusivas, melhores condições de trabalho, fim do assédio moral, mais segurança igualdade de oportunidades segundo elencou o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, em recente comunicado à imprensa.
Entre outros argumentos, os bancários têm batido na tecla do lucro líquido crescente dos bancos. Os seis maiores alcançaram R$ 56,7 bilhões em 2013 e mais R$ 28,5 bilhões no primeiro semestre deste ano. De todo o sistema financeiro internacional, é no Brasil que os bancos encontram a maior rentabilidade.
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Votorantim pagará R$ 100 mil para trabalhador que sofreu retaliações por participar de greve
O escritório ajuizou uma ação na qual requer o pagamento de danos morais para um empregado da Votorantim que estava sendo perseguido em seu ambiente de trabalho por participar do movimento grevista na empresa durante fevereiro deste ano. No entendimento da 1ª Vara do Trabalho de Colombo, o trabalhador sofreu ação discriminatória e deverá ser indenizado em R$ 100 mil.
“O empregado em questão foi demitido, reintegrado e novamente demitido pela empresa. Após uma nova reintegração passou a ser discriminado em seu ambiente laboral, com a criação de um novo posto de trabalho onde ficaria sem acesso a promoções e outros benefícios que os demais trabalhadores podem gozar”, explica o advogado Marcelo Giovani Batista Maia.
O juiz Titular da Vara do Trabalho, Waldomiro Antonio da Silva, também levou em consideração o histórico de atos antissindicais da empresa. “Este Juízo já teve a oportunidade de avaliar o comportamento da reclamada em relação aos empregados que participaram de referidos movimentos, onde foi reconhecida a prática de atos antissindicais por parte da ré, determinada a reintegração de empregados dispensados por retaliação ao exercício do direito de greve, bem como condenada a ré ao pagamento da indenização por danos morais. É importante situar a presente demanda dentro desse contexto, uma vez que o autor é um dos empregados reintegrados por ordem judicial”, relatou em sua sentença.
Desvio de função – Na mesma ação a Votorantim também foi condenada ao pagamento de verbas de equiparação salarial e por desvio de função. O empregado realizava as mesmas atividades que outros colegas recebendo um salário base inferior com uma diferença de até 50% nos rendimentos mensais. “Ele estava enquadrado como operador de produção II mas exercia a função de operador de produção I, nas mesmas condições que seus colegas de trabalho, o que ficou extremamente claro nas provas e no depoimento das testemunhas”, relata Maia.
Com a decisão, além de pagar R$ 100 mil a título de indenização por danos morais, a empresa também deverá pagar as diferenças salariais mês a mês do período trabalhado, bem como o proporcional de outras verbas como horas extras, adicional noturno, férias, 13º salário e PPR.
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