Instituto Declatra lança livro em seminário sobre o assédio moral organizacional
O Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra), em parceria com o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, lançou nesta quinta-feira (16) o segundo volume do livro “Assédio Moral Organizacional – As Vítimas dos Métodos de Gestão nos Bancos”. A obra foi apresentada durante o seminário com o mesmo nome promovido por ambas as instituições e inspirou o movimento “Vidas do Itaú”, a exemplo do que aconteceu na pesquisa anterior que resultou no “Vítimas do Bradesco”.
“Vivemos uma sociedade de gestão, mas imaginamos o assédio moral sob o ponto de vista do tratamento entre indivíduos movido pela paixão humana. O empregador se exime da responsabilidade”, declarou a advogada Jane Salvador de Bueno Gizzi, do Instituto Declatra, uma das organizadoras da obra.
Ela apresentou durante o seminário a pesquisa que caracteriza o assédio moral organizacional no banco Itaú. Os dados tem origem nos desligamentos de trabalhadores da instituição financeira, além de reunir estatísticas de órgãos como o Ministério da Saúde, INSS e Justiça do Trabalho.
“A lei permite que metas sejam impostas, mas se são impossíveis, passa ao campo do abuso. Quando a gente foca na empresa, podemos mudar essa realidade. Tudo que for abuso, é passível da resistência. O trabalhador tem direitos”, afirmou Jane.
A advogada dividiu a mesa com o sociólogo Giovanni Alves que analisou este cenário como uma consequência natural do avanço do capitalismo em busca de lucros cada vez maiores. Mas este domínio está sendo ampliado para todos os setores da sociedade. “A gente não percebe o desmonte da nação, a venda de patrimônio público, da CLT, da previdência pública. O processo de desmonte das pessoas não está apenas nos locais de trabalho, onde se tem a intervenção sindical”, disparou.
Assédio atende aos interesses patronais – A psicóloga da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Liz Sobol, autora de livros que tratam do assédio moral organizacional, afirmou que é imperativo diferenciar o assédio moral interpessoal e o organizacional. “Enquanto a abordagem tratar como um aspecto social os processos produtivos como origem do assédio vão continuar. Há situações em que o assédio não é reconhecido por que não há identificação da intencionalidade. Então eu pergunto: há quem serve esse assédio?”, questionou a professora.
Liz Sobol ironizou a estrutura ao afirmar que caso fosse empresária faria campanhas tratando apenas da vítima e do agressor. “O alerta é para quem interessa esse tipo de abordagem? Pune-se o agressor, acolhe-se a vítima e a organização fica protegida, legitimada na sua forma de violência”, analisou.
A psicóloga ainda acusou os métodos de gestão de serem responsáveis pelo adoecimento no trabalho com a submissão de valores humanos e sociais a lógica econômica e financeira. “Há uma crise do coletivo. Embora existam mobilizações coletivas nos associamos apenas quando aquele coletivo representa o seu interesse individual, na medida em que me representa. Estamos mesmo falando de interesse coletivo ou da apropriação do coletivo pelo interesse individual? Isso é estratégico porque interessa que as pessoas estejam completamente disponíveis para o trabalho”, completou.
O trabalho deixa de ser uma finalidade para ser um meio de vida – O médico sanitarista da UFPR, Guilherme Souza Cavalcanti de Albuquerque, destacou o trabalho como condição de reconhecimento de si próprio na sociedade e como este fato está sendo perdido com o avanço da busca do lucro acima de qualquer outra questão. “Diferentemente de outros animais não é somente a biologia que faz a condição humana, mas é a condição de humanidade que é construída socialmente”, comentou.
Para o médico, um ser humano isolado em uma ilha seria incapaz, por exemplo, de desenvolver a linguagem. “O trabalho humano vai se objetificação nos produtos do trabalho, nos valores de uso produzidos, naquelas coisas que são úteis. Para que cada um de nós seja um representante do gênero humano nos cabe participar desse processo, mas também é preciso participar do processo de apropriação”, alertou o professor.
Por intermédio do trabalho, também, é que as potencialidades humanas são desenvolvidas. “Nem sabemos quais são todas, mas vamos produzindo essas capacidades ao longo da história por meio do trabalho. Esse movimento de humanização é a produção e a reprodução do gênero humano.
Nesta lógica é necessário que homem identifique-se com o seu produto. “Mas hoje um trabalhador, por exemplo, da indústria automobilística passa uma peça de um robô para outro e no final do dia tem um carro pronto, mas não foi ele que ele fez, ele não se reconhece como tal no produto final do seu trabalho e ai o trabalho deixa de ser uma finalidade de vida para ser um meio. O meio de sobreviver através do salário a partir do trabalho alienado”, explicou.
Tutelas coletivas como mecanismo de defesa – A última mesa do seminário teve a participação do advogado Mauro Menezes, sócio do escritório RM & Advogados, de Brasília. Menezes tratou das tutelas coletivas e o meio ambiente de trabalho. Para ele, este é um instrumento de auxílio na defesa da classe trabalhadora, tanto do ponto de vista de reparação de prejuízos causados quanto na prevenção de eventuais problemas.
“A tutela de urgência, que convencionou-se chamar a grosso modo de liminar, é aquela decisão que se antecipa ao final do processo. O CPC preconiza que existam elementos que evidenciem o perigo de risco e dano”, comentou. Menezes explicou que as tutelas coletivas estão respaldadas por diversos mecanismos jurídicos, inclusive na própria Constituição Federal. “Não será um texto legal que trará a emancipação da classe trabalhadora, mas não podemos ignorar que parte destas conquistas são frutos da luta dos trabalhadores, especialmente na ditadura militar”, ponderou Menezes.
Para ele, quando fala-se em dano, como no caso de bancários que estão afastados do mercado de trabalho por conta de doenças crônicas, situações aflitivas, é que é necessário tratar não apenas da reparação, mas também da precaução. “O que diz a lei e a constituição é que temos que usar essas tutelas para prevenir, impedir que as pessoas cheguem a esse ponto”, finalizou.
Fonte: Instituto Declatra com informações de Paula Zarth/SEEB Curitiba
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Segundo volume de livro sobre assédio moral organizacional nos bancos será lançado no dia 16 em Curitiba
O Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra) e o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região lançam, no próximo dia 16, às 17h, no Auditório do Ministério Público do Trabalho em Curitiba, o segundo volume do livro “Assédio Moral Organizacional – As Vítimas dos Métodos de Gestão nos Bancos”. A obra é resultado de uma extensa pesquisa que avaliou os efeitos práticos na vida dos trabalhadores bancários com as formas de gerenciamento das instituições financeiras.
“Iniciamos este trabalho a partir da análise de dados de rescisão de trabalhadores bancários, aliando com informações e estatísticas de órgãos oficiais, como o Ministério da Saúde, Justiça do Trabalho e da Previdência Social. Em um primeiro momento esta investigação concentrou-se no Banco HSBC e resultou no movimento Vítimas do HSBC, que hoje é denominado Vítimas do Bradesco. Neste caso o recorte é com bancários do Itaú”, explica o presidente do Instituto Declatra, Mauro Auache. A obra é organizada por Jane Salvador de Bueno Gizzi, Ricardo Nunes de Mendonça e Gabriela Caramuru.
Os pesquisadores do instituto realizaram uma análise dos problemas de saúde relatados nas homologações de rescisão de contrato de trabalho realizadas entre 2006 e 2014. Entre outros indicadores, a pesquisa também avaliou os processos trabalhistas contra o Itaú ajuizados na comarca de Curitiba entre os anos de 2011 e 2015.
Segundo a pesquisa, dos 1.197 casos de demissões no banco no período analisado, em 505 havia referência a problemas de saúde, mais de 40%. “Dos trabalhadores que apontaram algum tipo de problema de saúde, quase 50% deles citou o estresse, o que significa 20% do universo total. A maioria deles são mulheres e trabalhadores sindicalizados”, explica Auache.
Outro dado revelador que a pesquisa constatou foi de que 72% das demissões foram sem justa causa, enquanto 15% foram a pedido do trabalhador e a maioria dos que referiram problemas de saúde (59,4%) tinha mais de 10 anos de banco.
A pesquisa também mostra que os processos por assédio moral contra o banco estão crescendo desde 2011. Entre os anos de 2012 e 2014, por exemplo, o crescimento foi de 27% e as mulheres são responsáveis por 56% das ações que pedem reparações por este tipo de conduta do Itaú.
Seminário – O livro será lançado às 17h como parte das atividades do Seminário “Assédio Moral Organizacional – As Vítimas dos Métodos de Gestão nos Bancos” que será realizado no auditório do Ministério Público do Trabalho. O evento terá início às 9h30 do dia 16 de março.
Confira a programação :
9h30 Mesa de Abertura – Apresentação Projeto Pesquisa
– Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região
– FETEC-CUT-PR
– CONTRAF-CUT
10h30 -Transformações no Mundo do Trabalho – Coordenação Mirian Gonçalves
– Giovani Alves (Sociólogo UNESP)
– Jane Salvador de Bueno Gizzi – (Advogada e sócia do IDeclatra)
14h00 -Adoecimento Mental no Trabalho – Coordenação Humberto Marcial Fonseca
– Lis Sobbol (Psicóloga UFPR);
– Guilherme Souza Cavalcanti de Albuquerque (Médico UFPR);
– Roberto Heloani (Professor Doutor da Unicamp);
15h30-Tutelas Coletivas e meio ambiente do trabalho – Coordenação Nasser Ahamad Allan
– Mauro Menezes – Advogado, Mauro Menezes, Presidente da Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República;
– Hugo Cavalcanti Melo Filho – Juiz do Trabalho TRT6, Presidente da Associação Latino-americana de Juízes do Trabalho (ALJT);
LANÇAMENTO DO LIVRO:
17h00 – Lançamento Livro: ASSÉDIO MORAL ORGANIZACIONAL – AS VÍTIMAS DOS MÉTODOS DE GESTÃO NOS BANCOS – Volume II
Organizadores: Jane Salvador de Bueno Gizzi, Ricardo Nunes de Mendonça e Gabriela Caramuru Teles.
Local: Auditório do MPT Curitiba;
Data: 16 de março de 2017.
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Advogada do escritório ministra palestra em São Paulo nesta terça-feira
A advogada do escritório, Jane Salvador de Bueno Gizzi, ministra nesta terça-feira (7) uma palestra em São Paulo. Ela falará no seminário promovido pelo escritório RM & Advogados em virtude da inauguração de sua nova sede na capital paulista.
O escritório, parceiro do Instituto Declatra, é um dos mais reputados de todo o País. Jane falará no evento sobre “Saúde do trabalhador na perspectiva dos direitos fundamentais”. Ela é uma das responsáveis pela pesquisa que resultou no Movimento Vítimas do Itaú, agora denominado Vítimas do Bradesco, que denuncia os métodos de gestão dos bancos como mecanismos de adoecimento dos trabalhadores bancários.
O advogado Mauro de Azevedo Menezes ministrará uma palestra sobre “A Advocacia social em tempos de crise econômica e política” abrindo o evento. O advogado Roberto de Figueiredo Caldas encerra o seminário com o tema “Direito humano ao meio ambiente sustentável e equilibrado”.
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“A Classe Trabalhadora e a Resistência ao Golpe de 2016” será lançado em Belo Horizonte na terça-feira (23)
O livro “A Classe Trabalhadora e a Resistência ao Golpe de 2016”, a segunda obra da trilogia que trata da defesa da democracia no Brasil, será lançado em Belo Horizonte na terça-feira (23). A cerimônia acontecerá às 14h na sede da CUT de Minas Gerais com a coordenação do advogado do escritório de Minas, Humberto Marcial.
Já confirmaram presença Beatriz Cerqueira, presidenta da central no Estado, a presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz, a advogada e vice-prefeita de Curitiba, Mirian Gonçalves, Jane Salvador de Bueno Gizzi, advogada do Declatra e o advogado Nilo Beiro.
Serviço: Lançamento do livro “A Classe Trabalhadora e a Resistência ao Golpe de 2016”
Data: Terça-feira, 23 de agosto
Horário: 14h
Local: CUT-MG, Rua Curitiba, nº 786, 2º andar. Centro de Belo Horizonte.
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Livro lançado em Curitiba fortalece a luta dos trabalhadores contra o assédio moral organizacional
Foi lançado na noite desta quarta-feira (6), em Curitiba, o livro “Assédio Moral Organizacional – As vítimas dos Métodos de Gestão nos Bancos”. A solenidade aconteceu com a presença de participantes de diversas regiões do Paraná, incluindo operadores do direito, trabalhadores, jornalistas e pessoas interessadas no tema principal da publicação. A programação contou com uma abertura com representantes de entidades, uma palestra de uma das autoras do livro, a advogada Jane Salvador de Bueno Gizzi e um coquetel para autógrafos no livro. Entre os participantes a opinião unânime de que a obra tornou-se um importante instrumento na luta contra este tipo de assédio.
“Este é o terceiro estado em que a obra é lançada e percebemos uma grande receptividade em todos os locais onde estivemos. Tanto em Curitiba, quanto Belo Horizonte e Porto Alegre a análise é de que este é um livro importante tanto para a área do Direito do Trabalho quanto na própria organização dos trabalhadores”, analisa o presidente do Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra), Mauro Auache.
O secretário de saúde da Contraf-CUT, Walcir Previtale, também destacou a importância da divulgação das informações obtidas a partir da pesquisa realizada pelo Instituto Declatra em parceria com o Sindicato dos Bancários de Curitiba. “Materiais como esse são muito importantes para termos referenciais e fazer o debate junto ao setor patronal, o que não é nada fácil, muito pelo contrário”, argumentou. Ainda de acordo com ele, exemplares do livro serão enviado para Portugal, onde não há um debate efetivo sobre o assédio moral.
Fruto de cerca de três anos de pesquisa, o livro contém informações científicas sobre os reflexos do assédio moral organizacional na categoria bancária. Com uma base de dados que incluí estatísticas da Previdência Social, da Justiça do Trabalho e das homologações de desligamento de bancários, a obra compõem um quadro completo das consequências dos métodos de gestão na vida dos trabalhadores.
A advogada Jane Salvador de Bueno Gizzi, uma das autoras da obra, explicou a motivação para que o HSBC fosse eleito para este primeiro levantamento. “Esse banco tinha a maior base amostral em Curitiba, era um dos que, em nossa avaliação preliminar, mais praticavam o assédio moral organizacional, além de ser um dos campeões em ações trabalhistas que envolvem danos morais”, relatou.
Mas, além das estatísticas, é importante ressaltar que os números não refletem apenas uma realidade fria. Eles são resultados da vida de pessoas que estão documentadas na obra e que tiveram, em muitos casos, problemas que carregarão durante toda a suas existência, segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Elias Jordão. “Com esses dados estatísticos nós podemos afirmar que os métodos de gestão dos bancos levam os bancários ao adoecimento. É um avanço que qualifica o debate sobre saúde fortalece nossos argumentos na mesa de negociação com os patrões”, completou.
“A importância do livro é a união de várias experiências que tem acontecido ao longo dos anos para melhorarmos, cada vez mais, a nossa ação para combater o assédio moral organizacional. Também é importante para mostrar aos banqueiros que diferentemente do que eles diziam para nós, que o problema era um conflito no local de trabalho apenas entre o gestor e os outros funcionários, caiu por terra. Está provado e comprovado que isso é reflexo de um formato de gestão que as empresas adotaram para forçar o trabalhador a produzir mais. Mas isso também se mostrou ineficiente, até porque adoece o trabalhador e acaba não ajudando para ampliar a sua produtividade”, enfatizou o presidente da FETEC-CUT-PR, Júnior César Dias. Somente da base da federação, participaram representantes de nove regiões do Paraná.
A advogada Jane Salvador de Bueno Gizzi ainda destacou em sua palestra algumas das informações que constam no livro após a extensa pesquisa realizada. De acordo com ela, foram analisadas mais de 3.900 homologações de desligamento dos trabalhadores dos seus empregos. Na análise destas informações, por exemplo, foi constatado que cerca de 40% dos trabalhadores apontaram problemas de saúde ao desligarem-se dos seus postos de trabalho. “Na categoria bancária constatamos um crescimento de pedidos de auxilio doença de 65% entre 2009 e 2012. Isso é muita coisa, principalmente com o comparativo com outras categorias que foi de 25%. Alguma coisa de muito errada há nisso”, afirmou. De acordo com ela, enquanto em outras categorias de trabalhadores cerca de 10% se afastam por transtornos mentais na categoria bancária o índice é superior. “São 22%, ou seja, mais que o dobro. Isso nos diz muita coisa”, argumentou Jane.
Ação e movimento – Além do livro, a pesquisa resultou também em ações na Justiça do Trabalho e também em um grande movimento, denominado “Vítimas do HSBC”, que conta com mais de 10 mil seguidores no Facebook e diversas visualizações nos vídeos com depoimentos de trabalhadores que sofreram na pele as consequências do assédio moral organizacional. Entre as ações citadas por Jane estão uma ação civil pública com um pedido de tutela inibitória e de remoção do ilícito. “Essa tutela inibitória busca que o banco se abstenha de praticar atos e políticas de gestão que possam ferir o direito de personalidade dos trabalhadores e que se coloquem como métodos e políticas que adoeçam estes trabalhadores”, explica. A ação ainda está em andamento e no próximo mês deve acontecer a audiência de instrução. De acordo com Jane, as ações também pedem danos morais coletivos e individuais para cada um dos trabalhadores vítimas do assédio moral organizacional.
Para saber como obter um exemplar do livro organizado pelos advogados Nasser Allan, Jane Salvador de Bueno Gizzi e Paula Cozero, envie um e-mail para contato@declatra.adv.br.
Veja mais imagens do lançamento do livro clicando aqui.
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Ação do escritório garante continuidade de contrato de bancária do Banestado
Uma bancária do Itaú, remanescente do Banestado, após uma ação trabalhista movida pelo escritório, teve deferido pela Juíza da 4ª Vara do Trabalho de Curitiba o direito de receber todas as promoções de níveis salariais por tempo de serviço, a cada três anos, devidamente recompostas. Na mesma ação também foi assegurado o direito da bancária de ver reconhecido, como salário, o valor equivalente a duas horas extras diárias precontratadas, que haviam sido suprimidas no ano de 2000; nos dois casos, as diferenças se incorporam ao contrato e são devidas em verbas vencidas (período não prescrito) e em verbas vincendas (enquanto o contrato vigorar).
“Tratam-se de alterações contratuais ilegais promovidas pelo Banco Itaú contra uma empregada da instituição financeira que foi contratada, ainda, pelo Banestado e cujo contrato permanece ativo”, explica a advogada do escritório, Jane Salvador de Bueno Gizzi.
Outros casos – O Itaú também perdeu ações semelhantes, relativas a alterações contratuais ilegais promovidas pelo banco contra empregados vindos de outras instituições financeiras. A 2ª Vara do Trabalho de Poços de Caldas, em Minas Gerais, condenou o Itaú ao pagamento, como extras, de 15 minutos acrescidos ao final da jornada de trabalho dos empregados oriundos do Unibanco.
“Os empregados do antigo Unibanco, que trabalhavam seis horas diárias, usufruíam intervalo intrajornada de quinze minutos, os quais não eram acrescidos ao final da jornada. Isso representava a prestação efetiva de trabalho diário de 5h45min. A partir de novembro de 2010 houve alteração unilateral dos contratos, pois o Banco passou a exigir a prestação de trabalho de 6h mais 15 minutos, totalizando 6h15min entre o início e o fim do expediente”, explica Jane.
A partir de agora, com a sentença favorável aos trabalhadores, o ato ilegal do banco deverá ser suspenso. Além de pagar as horas extras, o banco deverá implementar a jornada efetiva de seis horas diárias já integrada pelo intervalo de 15 minutos. Em caso de descumprimento da decisão, a instituição será multada pela Justiça do Trabalho.
Situação semelhante aconteceu também em Minas Gerais, mais especificamente em Governador Valadares. Com decisão similar, o banco deverá pagar as horas extras aos empregados oriundos do Unibanco. Ambas as vitórias se deram em ações ocorridas em Minas Gerais são resultados obtidos pelo escritório vinculado ao Instituto Declatra naquele estado.
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Livro que relata pesquisa sobre assédio moral será lançado em Curitiba no dia 06 de abril
No próximo dia 06 de abril o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, com o apoio do Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra) lança, às 19h no Espaço Cultural dos Bancários, o livro “Assédio Moral Organizacional – As vítimas dos Métodos de Gestão nos Bancos”. A obra é resultado de uma extensa pesquisa realizada pelo Instituto em parceria com o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região e que resultou no movimento “Vítimas do HSBC”.
A obra contém uma coletânea de artigos de especialistas de diversas áreas, como advogados, médicos e de outros setores relacionados ao tema. A publicação ainda reúne estatísticas organizadas durante o processo de pesquisa e que pertencem ao banco de dados de instituições como a Justiça do Trabalho, Ministério da Saúde, INSS e dados de homologações demissões de bancários.
“É um livro que contém informações cientificamente validadas, mas também é acessível para leigos. Para quem deseja entender como funciona o assédio moral, sobretudo, o organizacional, ou seja, aquele que é ocorre de forma institucional é a obra indicada”, explica o presidente do Instituto Declatra, Mauro Auache.
A forma perversa como o assédio moral reflete-se no ambiente de trabalho e na vida das pessoas está relatada nos livros. Foram dois anos dedicados à pesquisa da tese que, finalmente, converteu-se no livro que já teve lançamentos em outras capitais do Brasil, como Belo Horizonte e Porto Alegre.
Contudo, embora o livro relate especificamente a situação do Banco HSBC, o assédio moral organizacional não é uma prerrogativa exclusiva desta instituição financeira. Segundo o advogado Nasser Allan, um dos coordenadores da pesquisa e do livro, os relatos de trabalhadores em outros bancos são bem parecidos. “Mas demos ao movimento o nome de Vitimas do HSBC, pois ele é um dos grandes representantes dessa prática”, fala. Além disso, a saída do banco do país torna a pauta urgente, ao trazer insegurança aos mais de 22 mil trabalhadores.
O ASSÉDIO MATA – O abuso em dados
O estresse e a depressão são as doenças que mais atingem os bancários. As funcionárias mulheres são as que mais sofrem: dos trabalhadores que deixaram o banco acusando problemas de saúde, 62% são mulheres. Elas também representam 59% dos casos de assédio por danos morais.
Os fatos mais assustadores são sobre mortes e suicídios. Entre 2006 e 2013, foram registradas 7.074 mortes de bancários no Brasil. A principal causa de morte, de acordo com dados do Ministério da Saúde, foi o infarto.
Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores é o fato de que, dos trabalhadores que citaram problemas de saúde em decorrência do trabalho, a maioria não tinha histórico de afastamento por doenças.
SERVIÇO: Lançamento do livro “Assédio Moral Organizacional – As vítimas dos Métodos de Gestão nos Bancos”
Data: Quarta-feira, 06 de abril de 2016
Local: Espaço Cultural e Esportivo dos Bancários. Rua Piquiri, 380, bairro Rebouças. Curitiba / Paraná.
Horário: A partir das 19h
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Instituto Defesa da Classe Trabalhadora e Sindicato dos Bancários de Curitiba lançam, em Minas Gerais, o livro “Assédio Moral Organizacional – As vítimas dos Métodos de Gestão nos Bancos”
Na quarta-feira (9) o Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra) e o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região (SEEB Curitiba), realizaram, na sede da OAB/MG o lançamento do livro “Assédio Moral Organizacional – As vítimas dos Métodos de Gestão nos Bancos”. A publicação foi coordenada pelos advogados Nasser Allan, Jane Salvador de Bueno Gizzi e Paula Cozero.
O livro reúne artigo de advogados e especialistas nas áreas relacionadas ao tema central da publicação, além do relatório final da pesquisa e a petição inicial da ação civil pública ajuizada pelo Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região contra o HSBC em virtude do assédio moral organizacional.
O lançamento da obra aconteceu logo após a realização do Seminário Métodos de Gestão e Saúde do Trabalhador”. Participaram autoridades do mundo jurídico e do trabalho que foram recebidos pelos autores da obra para uma sessão de autógrafos.
Veja a imagem da capa da publicação:
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Declatra e escritório Humberto Marcial – Cristiane Pereira Advogados Associados realizaram seminário em Belo Horizonte sobre a saúde dos trabalhadores e os métodos de gestão
Os métodos de gestão podem afetar a vida e a saúde dos trabalhadores? Sim. Esta é a conclusão dos especialistas que participaram nesta quarta-feira (9) do Seminário “Métodos de Gestão e Saúde do Trabalhador” realizado na sede da OAB/MG, em Belo Horizonte. O evento foi organizado pelo Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra) e o escritório Humberto Marcial – Cristiane Pereira Advogados Associados e contou a com presença de profissionais de diversas áreas.
“Durante todo o dia ouvimos experiências, análises e resultados de pesquisas de profissionais de diferentes áreas e sob os mais diversos pontos de vista. Em comum a confiança de que os métodos de gestão utilizados pelas grandes corporações do sistema financeiros levam seus trabalhadores ao adoecimento”, analisa o presidente do Instituto Declatra, Mauro Auache.
Para uma plateia composta por trabalhadores do setor bancários, dirigentes sindicais e operadores do direito, o evento relatou, entre outras análises, a experiência da pesquisa realizada pelo Instituto Declatra em parceria com o SEEB Curitiba que resultou no movimento “Vítimas do HSBC”.
A pesquisa, que além do movimento, também resultou em uma ação civil pública ajuizada contra o banco que tramita na Justiça do Trabalho de Curitiba, levou em conta dados do desligamento de trabalhadores homologados no sindicato, além de reclamações trabalhistas e dados do Ministério da Previdência e do INSS.
“A investigação demonstrou, com dados estatísticos, a precariedade das relações de trabalho no Banco HSBC. Na pesquisa relativa as ações constatamos que há um grande número de problemas ligados ao assédio moral organizacional, sobrecarga ou pouca carga de trabalho, cobrança de metas abusivas, ameaças de demissões, entre outras. Estas situações acabam refletindo, diretamente, na vida dos trabalhadores que apresentam grande número de casos de problemas de saúde mental”, completa Auache.
Participaram do evento, como palestrantes os juízes do trabalho e professores universitários Guilherme Feliciano (USP) e João Humberto Cesário (Escola Superior da Magistratura Trabalhista do Mato Grosso), o sociólogo Giovanni Alves, o médico do trabalho Elver Moronte e a doutora em medicina preventiva pela USP e professora do departamento de Psicologia Universidade Federal do Paraná, Lis Soboll. O seminário contou com presença de Antônio Fabrício de Matos Gonçalves, Humberto Marcial Fonseca e André Ricardo Lopes da Silva como mediadores dos debates. Os advogados do Declatra Paraná, Ricardo Nunes de Mendonça e Jane Salvador de Bueno Gizzi e do Declatra Minas Gerais, André Lopes, foram responsáveis pela apresentação dos resultados da pesquisa ao lado das secretárias de saúde e do setor jurídico do SEEB Curitiba, Ana Fideli e Karla Huning, respectivamente.
Representantes dos trabalhadores do Paraná e de Minas Gerais também compareceram, como a presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz, o Presidente da FETEC-CUT-Pr Júnior César Dias e dirigentes de sindicatos mineiros, além de diretores da CUT Minas Gerais.
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Seminário “Métodos de Gestão e Saúde do Trabalhador” acontece nesta quarta-feira em Belo Horizonte
O Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra) e o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região promovem, nesta quarta-feira (9), na sede da OAB/MG em Belo Horizonte, o Seminário “Métodos de Gestão e Saúde do Trabalhador”. Durante o evento serão debatidos os reflexos dos métodos de gestão empresarial na saúde e na vida dos seus trabalhadores. O ponto de partida é uma extensa pesquisa realizada pela duas instituições que resultou no movimento “Vítimas do HSBC”.
“ A investigação, rigorosamente acadêmica, nos mostrou como estes métodos de saúde podem repercutir na vida e na saúde dos trabalhadores. Doenças mentais, problemas físicos, um alto índice de afastamento por problemas de saúde e até mesmo mortes são registradas na categoria bancária devido a extrema pressão a que são submetidos estes trabalhadores, aliados a casos de assédio moral organizacional”, explica o presidente do Instituto Declatra, Mauro Auache.
Para o evento foram convidados especialistas de diversas áreas que, de modo interdisciplinar, podem apontar os reflexos práticos dos métodos de gestão, além de uma análise jurídica deste cenário. Entre os participantes estão os juízes do trabalho e professores universitários Guilherme Feliciano (USP) e João Humberto Cesário (Escola Superior da Magistratura Trabalhista do Mato Grosso), o sociólogo Giovanni Alves, o médico do trabalho Elver Moronte e a doutora em medicina preventiva pela USP e professora do departamento de Psicologia Universidade Federal do Paraná, Lis Soboll. O seminário ainda terá a presença de Antônio Fabrício de Matos Gonçalves, Humberto Marcial Fonseca e André Ricardo Lopes da Silva como mediadores dos debates.
O movimento “Vítimas do HSBC” também terá destaque durante a apresentação. A mesa denominada “Métodos de gestão e assédio moral organizacional nos bancos” terá os advogados do Declatra, Ricardo Nunes de Mendonça e Jane Salvador de Bueno Gizzi. Eles serão os responsáveis pela apresentação dos resultados da pesquisa ao lado das secretárias de saúde e do setor jurídico do sindicato, Ana Fideli e Karla Huning, respectivamente.
Livro – Durante o seminário será realizado o lançamento do livro “Assédio Moral Organizacional – As vítimas dos Métodos de Gestão nos Bancos”. A publicação é resultado da extensa pesquisa realizada pelo Declatra sobre os índices que resultaram da investigação sobre os métodos de gestão e suas consequências na vida e na saúde dos bancários.
A obra apresenta artigos de advogados e especialistas em temas sensíveis aos trabalhadores, todos relacionados ao tema central da publicação. O livro é organizado pelos advogados Nasser Allan, Jane Salvador de Bueno Gizzi e Paula Cozero.
:: Conheça o Movimento “Vítimas do HSBC”
Serviço: Seminário “Métodos de Gestão e Saúde do Trabalhador”
Data: 09/12/2015
Horário: 9h
Local: Auditório da OAB, Rua Albita, nº 260, bairro Cruzeiro. Belo Horizonte.
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