Seminário em Curitiba debaterá a resistência aos retrocessos sociais
O Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra) promoverá nos dias 30 de novembro e 01 de dezembro o seminário “Resistência”. O evento, que acontecerá no Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), receberá personalidades de renome nacional para debater o antagonismo frente aos ataques aos direitos sociais no Brasil.
O ex-ministro Franklin Martins, o diretor jurídico da CUT Nacional, Valeir Ertle e os jornalistas Marcelo Auler e Maria Inês Nassif, já confirmaram presença no evento. Martins será responsável pela conferência de abertura que acontecerá às 19h. Já os outros três palestrantes participarão da mesa “Democracia Golpeada” que será mediada pela advogada do Instituto Declatra, Jane Salvador de Bueno Gizzi.
“Não há direito social garantido. Eles sempre foram conquistados a custa de muita luta e muita resistência. É disso que trataremos no seminário. O momento é de retrocessos, mas retrocessos também representam luta e a luta representa resistência”, avalia o presidente do Instituto Declatra, Wilson Ramos Filho, o Xixo.
Livro – No dia 30 de novembro, às 19h, além da conferência de abertura com o ex-ministro Franklin Martins, também será realizado o lançamento do livro “A Enciclopédia do Golpe”. A obra reúne 22 verbetes que desnudam o papel de cada um dos atores sociais no Golpe de 2016 que culminou com a retirada de Dilma Rousseff da Presidência da República.
Os verbetes são artigos assinados por grandes nomes de diversas áreas do conhecimento. Os historiadores Luiz Alberto Moniz Bandeira e Fernando Horta, o sociólogo Jessé Souza, o jornalista Luís Nassif, o ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, a desembargadora Magda Biavaschi, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, os juristas Lenio Luiz Streck, Martonio Mont’Alverne Barreto Lima e Beatriz Vargas Ramos são alguns dos convidados que assinam os textos que compõem a obra.
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Enciclopédia promete revelar papel das instituições no Golpe de 2016
Qual o papel que a história reservará para cada um dos atores do Golpe de 2016? Como eles agiram? De que forma a institucionalidade foi rompida? Ações internacionais, a participação da classe média, o estado de exceção, a função das delações e das igrejas, a participação de veículos de comunicação, Polícia Federal e o poder judiciário. Todos estes personagens representam ao menos um verbete no livro “A Enciclopédia do Golpe” que será lançado em novembro.
A obra reúne 22 artigos, transformados em verbetes, assinados por intelectuais e personalidades das mais diversas áreas. O historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira, o sociólogo Jessé Souza, o jornalista Luís Nassif, o ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, a desembargadora, Magda Biavaschi e o economista Luiz Gonzaga Belluzzo são alguns dos personagens que ajudam a dar nome aos bois.
“Não pode ser negado, aos brasileiros, o Direito à Memória. É preciso que saibam e tenham o registro histórico de quem foram os golpistas e o papel de cada um deles no golpe iniciado em 2016 por intermédio do afastamento ilegal do afastamento da Presidenta da República eleita. Afastamento que se deu pelo pior Parlamento sob o beneplácito do pior momento do Judiciário da história do Brasil”, explica Wilson Ramos Filho, um dos organizadores da enciclopédia e que assina o posfácio da obra.
“As futuras gerações têm o direito de saber o papel que, em cada instituição, as pessoas que nelas mais se destacavam tiveram para a desconstrução da democracia no Brasil e, como consequência direta, dos direitos sociais”, completa. Segundo Xixo, como é mais conhecido o professor, ainda não é certo quanto tempo o golpe ainda durará. Contudo, é correto afirmar, que este período um dia chegará ao fim.
“Já escutamos, mesmo que discretamente, menções ao arrependimento do apoio ao golpe. Pequenos empresários que vêm suas vendas caírem em virtude da redução do poder de compra, médicos assustados com o desmantelamento do SUS, advogados preocupados com o futuro que está tomando o direito da forma como o conhecíamos. São vários exemplos. Contudo, ainda não é certo quanto tempo será necessário para reorganizar o Brasil. Mas é certo que isso mais cedo ou mais tarde acontecerá”, projeta o advogado.
Neste momento é que a Enciclopédia do Golpe terá um papel ainda mais importante a desempenhar. “Seja como for, os algozes de hoje, os golpistas nos três Poderes, no empresariado, nos movimentos sociais de Direita, nas Instituições, nas igrejas, na classe média, nos órgãos de comunicação, estarão sujeitos à análise histórica de suas condutas”, garante.
Segundo volume – Antes mesmo de lançar o livro, Ramos garante que novos volumes da enciclopédia serão lançados. Contudo, as próximas edições, deverão tratar de forma temática os principais atores do golpe. Edições específicas com o papel de cada serão publicadas ao longo de 2018.
Serão obras específicas, também por verbetes, dedicados aos meios de comunicação, ao poder judiciário, aos intelectuais de direita e personagens que de uma forma ou outra foram relevantes para a destruição do Estado Social, mesmo que precário, que existia antes do Golpe de 2016.
“Não se trata de apenas um ‘para que nunca se esqueça e para que nunca mais aconteça’, mas sim, de uma essencial memorização. Um olhar histórico nos mostra que avanços e recuos, idas e vindas, são frequentes quando colocamos os fatos em perspectivas. Não há conquista irreversível e nem refluxo que dure para sempre. Esse é o papel que desejamos cumprir com o livro”, finaliza Ramos Filho.
A obra tem o apoio do Instituto Declatra.
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Jessé Sousa e Wilson Ramos Filho participam de debate em agosto na UniBrasil
Está marcado para o dia 18 de agosto, às 19h, a conferência “Democracia e Sociedade no Brasil Contemporâneo”. A atividade reunirá os professores doutores Jessé Souza, Wilson Ramos Filho, Aldacy Rachid Coutinho e Marcos Augusto Maliska na UniBrasil e é promovida pelo programa de mestrado da universidade.
Jessé Souza é o convidado especial para esse evento. O sociólogo tem se destacado pela sua interpretação a respeito das recentes alterações no Brasil, sobretudo no que diz respeito a distribuição de renda e mudanças demográficas.
“O Professor Jessé é considerado um dos mais destacados intelectuais brasileiros da atualidade. Ele se distingue pela análise profunda que apresenta uma perspectiva distinta das usuais e suas obras tornaram-se leituras obrigatórias para quem deseja, de fato, entender a chamada nova classe média brasileira com uma análise profunda, extrapolando as leituras superficiais que se apegam somente a renda familiar”, relata o advogado e professor da UFPR e da UniBrasil, Wilson Ramos Filho, o Xixo.
A organização do evento está a cargo do Núcleo NUPECONST (Núcleo de Pesquisa em Estudos Constitucionais) e GPTREC (Grupo de Pesquisa Trabalho e Regulação no Estado Constitucional). As instituições reúnem mais de 50 pesquisadores nas áreas do Direito e das Ciências Sociais.
Confira aqui uma entrevista com autor para conhecer um pouco mais seu pensamento e abaixo confira as principais obras de Jessé Souza:
SOUZA, Jessé (Org.). A Invisibilidade da Desigualdade Brasileira. Belo Horizonte: UFMG, 2006.
SOUZA, Jessé (Org.). Imagining Brazil. Lanham: Lexington Books, 2006.
KÜHN, Thomas / SOUZA, Jessé (Org.) Das moderne Brasilien. Gesellschaft, Politik und Kultur in der Peripherie des Westens. Wiesbaden: VS Verlag für Sozialwissenschaften, 2006.
SOUZA, Jessé. Die Soziale Konstruktion der peripheren Ungleicheit. Wiesbaden: VS Verlag für Sozialwissenschaften, 2008.
SOUZA, Jessé. A Construção Social da Subcidadania. Belo Horizonte: UFMG, 2006.
SOUZA, Jessé. A Modernização Seletiva: Uma Reinterpretação do Dilema Brasileiro. Brasília: UNB, 2000.
SOUZA, Jessé Os batalhadores brasileiros – Nova classe média ou nova classe trabalhadora? Coleção Humanitas/ Editora UFMG, 2010 (2ª edição em 2012)
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