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Ação do escritório de Minas Gerais impede Itaú de transferir bancária doente

quinta-feira, 17 novembro 2016 De declatra

O escritório de Minas Gerais conseguiu, na Justiça do Trabalho, uma decisão de tutela de urgência para que o banco Itaú abstenha-se de transferir uma trabalhadora doente e com fobia de viagens. A decisão é da Vara do Trabalho de Teófilo Otoni.

“A bancária trabalha na instituição financeira desde 1993, quando ainda era funcionária concursada do BEMGE, que posteriormente foi comprado pelo próprio Itaú. Há um histórico de problemas de saúde relacionados, inclusive, ao excesso de trabalho e cobrança de metas excessivas”, explica a advogada do escritório, Cristiane Pereira.

Após sucessivas transferências de local de trabalho, a bancária que comprovadamente tem fobia a viagens, entrou em pânico após saber de nova mudança de cidade. “Como está realizando tratamento neurológico e acompanhamento psiquiátrico, a bancária pediu para permanecer na cidade mas não foi atendida. Como há grave risco para sua saúde, solicitamos uma tutela de urgência para que o banco se abstenha de novas transferências”, completa a advogada.

Em sua decisão o juiz do Trabalho Substituto, Uilliam Lopes Carvalho, afirmou que “não restam dúvidas de que a reclamante, embora sempre considerada pelo banco como funcionária zelosa, dedicada e comprometida, não tem a mínima condição de se afastar de Teófilo Otoni, onde faz tratamento médico (neurológico, psiquiátrico, psicológico e ortopédico), que dão suporte à sua sanidade física e mental. A transferência para outra localidade retiraria da autora a possibilidade de obtenção de qualidade de vida digna e indispensável ao bom desempenho profissional”. Em caso de não cumprimento da decisão o Banco Itaú deverá pagar multa de R$ 1 mil por dia.

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Desumanização e saúde do trabalhar bancário é tema de debate no Circo da Democracia

sexta-feira, 12 agosto 2016 De declatra
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Mesa de debate. Foto: Leandro Taques

Durante a tarde desta quarta-feira (10) a programação do Circo da Democracia incluiu um debate sobre a desumanização e a saúde do trabalhador bancário. A categoria é a que mais sofre com este tipo de problemas relacionados ao trabalho. O evento, realizado no salão nobre da Universidade Federal do Paraná, destacou os métodos de gestão como mecanismos de ampliação de lucro e uma das origens que levam ao adoecimento.

A pesquisadora do Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra), Gabriela Caramuru, apontou para a exploração do trabalho. “O que é exploração? A nossa jornada é dividida em duas partes. A primeira é a parte que efetivamenteefica conosco, o salário. A segunda é a mais-valia, o lucro, que só pode vir do trabalho, do desgaste do corpo dos trabalhadores. Por isso a exploração do trabalho, é a forma de acumulação. Pesquisas apontam que no caso dos sapateiros, por exemplo, a sua parte do trabalho não chega a uma hora em um jornada de sete horas. Essa é a mais-valia”, afirmou.

De acordo com ela, esse embate não dá trégua. “Por isso não existe conciliação, pois o objetivo do capitalismo é sempre empurrar para baixo esse trabalho que nós precisamos, que são os salários. Aumentam a parte que sobra da jornada, o lucro, as custas da saúde de todos.” O Instituto realiza uma série de pesquisas voltadas aos métodos de gestão e seus reflexos na saúde do trabalhador. Este trabalho resultou no movimento “Vítimas do HSBC”, um livro e estudos voltados também aos trabalhadores do banco Itaú.

O médico do Ministério Público do Trabalho, Elver Moronte, chamou a atenção para alguns fatores que estão ligados à saúde dos bancários. “O trabalho é imaterial, no caso da produção de veículos, por exemplo, você consegue ver o produto do trabalho. O bancário produz lucro baseado na transformação da mercadoria em dinheiro, uma coisa subjetiva, através de instrumentos como softwares, computadores e telefonemas. Como o trabalho precisa ser visualizado para ter sentido, essa coisa imaterial traz uma dificuldade”, avaliou.

Moronte reforçou que a saúde é resultado de uma série de fatores. Segundo ele, há uma determinação social que leva ao nosso jeito de viver, de adoecer e de morrer. “Médicos anestesistas, por exemplo, tem mais problemas com o uso de drogas lícitas ou não. Médicos costumam morrer mais cedo e trabalhadores rurais tem mais câncer”, exemplificou.

Já a secretária de saúde e de condições de trabalho do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Ana Fideli, retratou a importância das organizações levarem cada vez mais a sério a saúde em suas negociações coletivas. “Nosso trabalhadores estão muito adoecidos. São 10,6% dos trabalhadores bancários no Paraná e em Curitiba esse percentual é de 12% e quando ele adoece, sente-se sozinho. Geralmente quando é mulher, na primeira vez que nos procura, vem com seu companheiro, com seu namorado. Já na segunda vez vai com uma amiga e na terceira já vai sozinha. Quando perguntamos o que aconteceu a resposta ‘eu me separei’”, relatou Fideli.

O secretário de saúde da Fetec, federação que reúne trabalhadores bancários de todo o Paraná, Ademir Vidolin, disse que o objetivo deve ser a eliminação dos riscos e dos adicionais. “Um banco não coloca porta giratória e paga adicional de periculosidade. O ladrão entre, dá três tiros no peito do bancário, o mata, e o banqueiro fala que paga esse adicional. Nossa lógica é sair dos adicionais e trabalhar pela eliminação do risco”, concluiu.

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Movimento “Vítimas das Teles” denuncia abusos contra trabalhadores em telecomunicações

domingo, 17 julho 2016 De declatra

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O Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra) prepara o movimento “Vítimas das Teles”. O objetivo é denunciar o assédio moral organizacional e as consequências para a saúde dos trabalhadores. Este tipo de assédio é caracterizado por estar estabelecido como forma de gestão, ou seja, faz parte das práticas administrativas das empresas como forma de obter mais lucratividade.

“Há um número assustador de trabalhadores do setor de telemarketing com problemas de saúde relacionados ao assédio moral e outras consequências dos métodos de gestão. Situações ligadas as chamadas LER e DORT, além de depressão e uma série de outras consequências psicológicas. Queremos dar suporte para estes trabalhadores e mostrar que eles não estão sozinhos e que tampouco o problema são eles”, explica o advogado do Instituto Declara, Marcelo Giovani Batista Maia.

A campanha segue os mesmos moldes do movimento “Vítimas do HSBC” que denuncia abusos do banco contra trabalhadores e faz sucesso na Internet. O problema é semelhante ao dos empregados de empresas telefônicas, com resultados parecidos na saúde, mas existem certas diferenças que são adaptadas ao modelo de negócio.

Entre os abusos descritos por trabalhadores estão o controle do tempo do uso do banheiro, metas abusivas, ameaças constantes de demissão, remuneração variável com critérios que não são claros, orientações médicas são desconsideradas, atribuição de erros imaginários, humilhações públicas e monitoramento constante de ligações são apenas alguns dos exemplos.

“Tudo é feito para que o trabalhador sinta-se o problema e não o contrário. Não trata-se de um problema de relacionamento entre o chefe e o subordinado, mas sim, uma opção da empresa no seu método de gestão. Isso é o que chamamos de assédio moral organizacional”.

A campanha foi desenvolvida pela Social Ideias, a mesma que criou os movimentos “Vítimas do HSBC” e “Vítimas do Itaú”, além de outras campanhas publicitárias com apelo social e cidadão.

Confira e acompanhe o movimento pela Fan Page clicando aqui.

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Trabalhadora com LER/DOTR é reintegrada pela TIM após ação do escritório

sexta-feira, 13 maio 2016 De declatra

O escritório do Paraná conseguiu, na Justiça do Trabalho, a reintegração de uma trabalhadora da TIM. Ela foi demitida com LER/DORT adquirida no seu ambiente laboral e a empresa não levou isso em consideração ao desliga-la do seu quadro funcional. Com a ação do escritório a empregada foi reintegrada pela companhia de telefonia, a qual também foi condenada a arcar com todos os salários e demais benefícios suprimidos enquanto a trabalhadora esteve afastada

“A trabalhadora em questão foi acometida por esta doença ocupacional e demitida pela TIM. Neste caso ainda há o agravante empregada não dispor mais do plano de saúde empresarial, o que é imprescindível para o seu tratamento, bem como dificuldades de recolocação no mercado por conta da enfermidade adquirida no seu ambiente de trabalho”, afirma o advogado do escritório do Paraná, Bernardo Wolf.

De acordo com ele, a trabalhadora além de ser reintegrada, deverá desempenhar na empresa uma função que não agrave o seu estado de saúde. “A TIM deverá fazer uma nova capacitação para essa trabalhadora e enquadrá-la em outro setor, com realocação funcional”, completou.

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Instituto Declatra acerta convênio com a Contraf para mapeamento de dados sobre adoecimento dos bancários

quarta-feira, 04 maio 2016 De declatra

O movimento Vítimas do HSBC revelou o terror instalado pelos banqueiros aos bancários por intermédio de métodos de gestão que implantam, sistematicamente, o assédio moral organizacional na categoria. Com estatísticas precisas, fruto de mais de dois anos de pesquisas acadêmicas, o que antes era uma impressão tornou-se um estudo científico.

Agora o Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra) firmou uma parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) para estabelecer um mapeamento de dados sobre adoecimento de bancários nos sindicatos.

O objetivo do termo é estabelecer uma parceria técnica entre ambas as instituições para sistematizar e mapear os dados referentes ao adoecimento de trabalhadores bancários em todo o Brasil. “Esperamos, com esse estudo, ter informações relevantes e precisas que possam ser utilizadas de forma pró-ativa, ou seja, o objetivo é que estas informações possam compor políticas de prevenção e combate às doenças e enfermidades ocasionadas pelo trabalho no sistema bancário brasileiro”, explica o advogado do instituto, Nasser Allan, um dos organizadores da pesquisa que resultou no movimento Vítimas do HSBC.

Pelo acordo firmado a Contraf disponibilizará ao Instituto informações relativas à saúde que constem no banco de dados da entidade, bem como dos seus sindicatos filiados. As referências vão desde pesquisas realizadas por universidades em parceria com estas organizações, até estatísticas coletadas em pesquisas internas sobre a saúde da categoria.

“Estabeleceremos uma metodologia de trabalho, a exemplo do que foi realizado na pesquisa com bancários do HSBC para desenvolver esse estudo de forma conjunta. Ao final esperamos ter um estudo sólido que possa embasar atividades preventivas e de combate ao adoecimento da categoria”, finaliza Allan.

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Paraná debate saúde e segurança no trabalho para lembrar 1º de maio

segunda-feira, 25 abril 2016 De declatra

Para marcar o 1º de maio, Dia do Trabalhador, a Superintendência do Trabalho e Emprego no Paraná (SRTE/PR) debaterá este ano temas voltados à saúde e segurança no trabalho. O objetivo é aproveitar a data para falar da preservação de direitos assegurados historicamente pela luta dos trabalhadores e também da dignidade e qualidade de vida nos ambientes de trabalho.

A programação começa nesta terça-feira (26), às 8h30, e se encerra na sexta-feira (29), às 16h (veja programação abaixo). Durante toda a semana haverá atividades como seminários, palestras e reuniões tratando de assuntos de interesse dos trabalhadores.

“Nos posicionamos diante do mundo do trabalho com a preservação dos direitos conquistados. Para o cenário do trabalho é necessário abrir ainda mais o diálogo com a sociedade e mostrar a importância de temas que possibilitam ambientes seguros aos trabalhadores”, destaca o superintendente da SRTE/PR, Marcio Pessatti.

Estatísticas

Ministério da Previdência aponta no Brasil, em 2013, a ocorrência de 717.911 acidentes de trabalho, ou 2.815 acidentes de trabalho por dia. No Paraná, ocorreram 52.132 acidentes de trabalho em 2013, ou 204 acidentes por dia. Quanto às mortes decorrentes de acidentes de trabalho em todo o Brasil ocorreram 2.797. O que dá quase 11 mortes por dia. No Paraná ocorreram 270 mortes por acidente de trabalho, o que dá mais de uma morte por dia.

Estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que ocorreram anualmente no mundo cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho e 160 milhões de casos de doenças ocupacionais. As ocorrências chegam a comprometer 4% do PIB mundial. Dos trabalhadores mortos, 22 mil são crianças, vítimas do trabalho infantil.

Segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), no Brasil e no Paraná, de 2007 a 2013, as maiores taxas de doenças ocupacionais por 1000 vínculos se apresentam nas áreas de produção. No Brasil, entre 2007 e 2012, quanto ao auxílio-doença concedido pelo INSS, 30,6% em relação às doenças ocupacionais (lesões, sistema osteomuscular e transtornos mentais/comportamentais). Os acidentes de típicos compõem o principal motivo de afastamento (59,5%).

Programação

26 de abril (terça-feira)

· 8h30 – VII Seminário de Aperfeiçoamento sobre Saúde e Segurança no Trabalho, na Fetraconspar (Rua Francisco Torres, 427, Centro, Curitiba)

9h – Reunião sobre estruturação de Conselho Sindical Estadual na SRTE (SRTE/PR, na Rua José Loureiro, 574, 3º andar , Centro – Curitiba)

· 19h – 2ª Semana Municipal de Prevenção de Acidentes de Trabalho/Movimento Abril Verde (SEMPAT), no SENAI (Rua Belém, 844, Londrina)

27 de abril (quarta-feira)

8h30 – Encontro sobre Sistemas de Seguranças em Máquinas e Equipamentos, em parceria com Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR), no Sinduscon (Rua da Glória, 175, Centro Cívico, Curitiba)

28 de abril (quinta-feira)

· 8h às 12h30 e 14h às 17h30 – Seminário Alusivo ao Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças de Trabalho e ao Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído”, na Fundacentro (Rua da Glória, 175, Centro Cívico, Curitiba)

· 9h às 18h – Evento “Dia Mundial em Memória às Vítimas de Doença e Acidentes de Trabalho”, na Boca Maldita (Rua XV de Novembro, Centro, Curitiba)

· 9h às 18h – Exposição fotográfica e de dados sobre os acidentes e doenças de trabalho, atividades culturais, serviços como emissão de carteira do trabalho, e apresentações do grupo Projeto Teatro na Rua – Informação em Duas Vias, na Boca Maldita (XV de Novembro, Centro, Curitiba)

29 de abril (quinta-feira)

11h e 16h – Sessão cinema na SRTE (SRTE/PR, na Rua José Loureiro, 574, 3º andar , Centro – Curitiba)

 

Fonte: Fabiane Burmester / Assessoria

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Adoecimento de bancários é causado pela gestão dos bancos, aponta oficina no FST

terça-feira, 26 janeiro 2016 De declatra

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O maior resultado da campanha salarial nacional dos bancários, em 2015, não foram os ganhos salariais da categoria, mas o reconhecimento pelos patrões reunidos na Fenaban – pela primeira vez – que os bancos praticam sim “assédio moral” sobre os trabalhadores. Essa conclusão foi endossada por muitos dos participantes da mesa “Saúde dos Bancários”, na sede do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, com participação de colegas do Sindicato de Curitiba e Região e da Contraf-CUT. O debate está inserido no Fórum Social Mundial Temático que aconteceu na capital gaúcha.

Banqueiros não mudam gestão

“Os banqueiros agora reconhecem o problema, mas quase nada fazem para mudar”, disse o presidente do SindBancários, Everton Gimenis. “Este encontro é uma oportunidade para a comparação das experiências, na questão de saúde do bancário, entre o nosso sindicato e o de Curitiba, para tentarmos evoluir para uma espécie de cartilha única, com normas e ações contra o assédio”, afirmou.

Conforme ele, a pressão sobre os trabalhadores para aumentar a lucratividade crescente dos patrões não diz respeito apenas aos bancos, é parte do capitalismo neoliberal, mas a questão fica mais clara no nosso setor de atividade. “Temos que socializar e dividir não só os problemas, mas as soluções”, lembrou.

O presidente da Federação dos Trabalhadores das Empresas de Crédito do Paraná, Júnior Cesar Dias, concorda: “Este debate, que diz respeito aos métodos de administração que provocam o adoecimento dos funcionários, tem que ser discutido mundo afora”, afirmou, lembrando o FSMT.

Bancos públicos na mesma linha

“Hoje vemos bancos públicos como o Banco do Brasil e a Caixa Federal praticando o mesmo tipo de gestão e provocando o mesmo adoecimento em seus funcionários que os bancos privados, o que não deveria acontecer”, denunciou Júnior.

Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, relatou um pouco da história. “As questões de saúde sempre foram pesadas para os bancários. Já na década de 30, quando havia os institutos de previdência, existiam sanatórios para tratar casos de tuberculose entre os bancários, e também para tratar neuroses. Mas, na época, não se debatiam as causas destes problemas”, recordou.

Anos 80: epidemia de Ler/Dort

Com a informatização do sistema financeiro, a partir de 1985, começou a haver uma epidemia de casos de Ler/Dort. “Logo se descobriu que havia outras coisas também neste adoecimento, como a depressão. As doenças eram na alma também, não só no corpo”, frisou Betão. O problema teve novo aumento quando, em 1998, os bancos viraram bancos múltiplos e lojas, com metas mais exigentes e a obrigação de venda de produtos.

Nas mesas de negociação, os bancos sempre negavam o problema e procuravam caracterizar tudo como casos isolados. Mas os trabalhos realizados pelos sindicatos, com levantamentos científicos e o crescente número de casos de adoecimento – inclusive de gerentes, em vários níveis – fizeram com que na última mesa de negociação os banqueiros reconhecessem que o problema existe. “Este reconhecimento é pouco, mas já é um começo. E a partir daí vamos avançar e meter o bedelho no tipo de gestão bancária que provoca este grave quadro de falta de saúde”, concluiu o presidente da Contraf-CUT.

Operação De olho na Saúde

acéia Netz, funcionária que coordena o setor de Saúde e Condições de Trabalho do SindBancários, relatou um pouco da experiência na entidade nos últimos 20 anos. Em 1994, ela contou que tudo que o Sindicato tinha na aérea de saúde era um departamento odontológico. “Em 1994, construímos a Operação De Olho na Saúde, a partir de um censo bancário que incluiu mais de 12 mil trabalhadores. Depois de detectar alguns problemas, fizemos visitas às agências bancárias, com médicos e fiscais do Ministério do Trabalho e do SUS até 2000, quando a Fiergs entrou com recurso judicial e conseguiu terminar com a nossa fiscalização”, afirmou.

No entanto, o trabalho continuou, com parcerias com a UFRGS e o Ministério da Saúde, gerando inclusive trabalhos acadêmicos. “A partir da percepção de que apenas a medicina não poderia dar conta de todo o problema, criamos aqui no Sindicato o Grupo de Ação Solidária, o GAS, que faz um trabalho de apoio”, explica Jaceia. “Não é um grupo terapêutico. O objetivo é criar laços de solidariedade, num trabalho de formação e informação”, disse.

A dor oculta

Nos anos seguintes, o Sindicato desenvolveu um software que cruza os dados do bancário com situações do trabalho e até as condições oferecidas pela agência. O SindBancários chegou a realizar o documentário “A dor oculta”, sobre a questão do medo. “Num banco público, se o funcionário não bate a meta, ele perde a comissão. No banco privado, ele perde o emprego. Sempre há uma perda, uma situação que gera problemas físicos e mentais”, concluiu Jacéia.

Junior defendeu que o debate do adoecimento em consequência do modelo de gestão do capitalismo atual também seja levado a outras categorias. “Em outubro do ano passado criamos uma Comissão Permanente de Saúde da Contraf, conjuntamente com a Fenaban, para analisar as causas do adoecimento”, informou Dias. “Ou seja, eles não têm mais como esconder que o atual modelo de gestão é nocivo aos trabalhadores. Ou seja, eles querem manter o mesmo nível de lucratividade com menos trabalhadores – um só bancário fazendo o serviço de dois ou três…”

Poluição no ambiente de trabalho

O líder sindical paranaense lembrou que hoje, quando se discute tanto a destruição do meio ambiente, entendido apenas como a natureza, também precisa entrar na pauta o ambiente de trabalho: “Este também está completamente poluído”, afirma o presidente da Fetec-PR.

Os advogados Nasser Allan e Paula Cosero, do Intituto Declatra, do Paraná, que trabalham com bancários e outros trabalhadores, citaram uma pesquisa que teve como base o HSBC, banco que ocupa a maior parte da categoria em Curitiba. “Cruzando dados de dois universos de documento – as fichas de homologação das recisões de contrato e todos os processos judiciais de fundo trabalhista contra o banco – e sistematizando essas informações, percebemos que 38% referiam problemas de saúde, embora o numero real seja maior”, diz Allan. “A pesquisa mostrou que hoje os problemas mentais são em maior número, mas as questões de Ler/Dort não foram superadas e estão sempre presentes”, disse.

Métodos assediosos

“Nós utilizamos os mesmos critérios de doença adotados pela Organização Mundial da Saúde da ONU, e percebemos claramente que o HSBC – que agora está indo embora do país – usa métodos assediosos sobre os funcionários”, relatou. Nasser citou ainda dados do INSS, no período 2007-2012, mostrando que os acidentes de trabalho causados por doenças ocupacionais é de 30% entre os bancários, enquanto nas demais categorias profissionais, fica em 2%.

“Hoje os bancos têm que remover os meios ilícitos, deixando de adotar métodos de trabalho desumanos”, complementa. “Se um outro mundo é possível, os métodos de trabalho mais humanizados também são possíveis”, encerrou.

A advogada Paula Cosero acrescentou que a atual gestão de trabalho imposta pelos bancos atinge diretamente a ação sindical. “Além de limitar o tempo livre dos trabalhadores, de um lado, ela ainda fortalece a competitividade abusiva no local de trabalho, atuando contra a saúde dos bancários”, disse.

Vigilância de Saúde do Trabalhador

O diretor Mauro Salles, do SindBancários, afirmou que a pesquisa mostrada pelo Paraná pode ser entendida como um retrato do que ocorre em todo o Brasil. Conforme ele, é fundamental criar uma Vigilância de Saúde do Trabalhador, que capacite e qualifique uma intervenção sindical. Salles enumerou alguns pontos que precisam ser trabalhados pelo sindicalismo: fiscalização, negociação, registro de dados e sistematização das informações.

“A legislação trabalhista atual não é ruim. Precisamos hierarquizar os níveis de ação, envolver diretores e bancários. Aqui no Rio Grande do Sul, o trabalho poderia ter como base do Banrisul”, acrescentou.

Ao final, o sindicalista deixou uma proposta para debate: criar uma oficina sobre o tema para o próximo Fórum Social Mundial, em agosto em Montreal, no Canadá.

Fonte: Sindicato dos Bancários de Porto Alegre

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Seminário “Métodos de Gestão e Saúde do Trabalhador” em Belo Horizonte no dia 09 de dezembro

segunda-feira, 16 novembro 2015 De declatra

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No dia 09 de dezembro o Instituto Defesa da Classe Trabalhadora e o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região  promovem, em Belo Horizonte, o Seminário “Métodos de Gestão e Saúde do Trabalhador”. O encontrotem como objetivo promover o debate sobre os reflexos da gestão empresarial na saúde e na vida dos seus empregados.

“O que podemos notar, claramente, é que há um processo de coisificação dos trabalhadores, ou seja, eles não são percebidos como seres humanos, mas sim como peças dentro de uma grande engenharia organizacional que os desgasta além dos limites. Quando é preciso estas peças são trocadas depois de tornarem-se defeituosas, o que no caso dos seres humanos, significa doentes”, explica o presidente do Instituto Declatra, Mauro Auache.

O evento já tem a confirmação de grandes nomes do direito do trabalho no Brasil e outros especialistas de áreas correlatas, formando uma equipe multidisciplinar de palestrantes. Entre eles estão os juízes do trabalho e professores universitários Guilherme Feliciano (USP) e João Humberto Cesário (Escola Superior da Magistratura Trabalhista do Mato Grosso), o sociólogo Giovanni Alves, o médico do trabalho Elver Moronte e a doutora em medicina preventiva pela USP e professora do departamento de Psicologia Universidade Federal do Paraná, Lis Soboll. O seminário ainda terá a presença de Antônio Fabrício de Matos Gonçalves, Humberto Marcial Fonseca e André Ricardo Lopes da Silva como mediadores dos debates.

Vítimas do HSBC – A última mesa do dia 09 terá como tema central os “Métodos de gestão e assédio moral organizacional nos bancos”. Os advogados, Ricardo Nunes de Mendonça e Jane Salvador de Bueno Gizzi, serão os responsáveis pela apresentação dos resultados da pesquisa, da qual surgiu o movimento “Vítimas do HSBC”. Também participam as secretárias de saúde e do setor jurídico do sindicato, Ana Fideli e Karla Huning, respectivamente.

A investigação, conduzida pelo Instituto Declatra e o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, mostrou que o estresse a depressão são as doenças que mais atingem os bancários do HSBC, assim como que as mulheres são a maioria a acusarem problemas de saúde, bem como estatisticamente superiores nas representações contra o banco HSBC em casos de assédio.

Outro dado assustador levantado pela investigação diz respeito a mortes e suicídios. Entre 2006 e 2013, foram registradas 7.074 mortes de bancários no Brasil. A principal causa de morte, de acordo com dados do Ministério da Saúde, foi o infarto. Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores é o fato de que, dos trabalhadores que citaram problemas de saúde em decorrência do trabalho, a maioria não tinha histórico de afastamento por doenças.
A pesquisa foi realizada com uma equipe multidisciplinar avaliando dados da homologação de desligamento de bancários no sindicato da categoria, além de ações contra o banco HSBC em Curitiba. Além dos pesquisadores jurídicos do Instituto, outros profissionais da área da saúde e estatísticos também analisaram informações do Ministério da Previdência e do INSS para análise dos afastamentos por problemas de saúde.

Saiba mais sobre o “Vítimas do HSBC” no hotsite da campanha e acompanhe também a Fan Page do movimento.

Serviço: Seminário “Métodos de Gestão e Saúde do Trabalhador”
Data: 09/12/2015
Horário: 9h
Local: Auditório da OAB, Rua Albita, nº 260, bairro Cruzeiro. Belo Horizonte.

 

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Declatra participa de evento sobre saúde promovido pelo Sindicato dos Bancários

terça-feira, 28 abril 2015 De declatra

Nesta quarta-feira (19) às 14h o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região promove uma palestra sobre qualidade de vida e saúde. O advogado do escritório, Ricardo Nunes de Mendonça, participará falando sobre assédio moral e saúde dos trabalhadores. Além dele também participa o médico geriatra Marcos Aparecido Sarria Cabrera, professor da Universidade Estadual de Londrina.

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Acidentes de trabalho aumentam no Paraná

sexta-feira, 05 setembro 2014 De declatra

O número de acidentes de trabalho está crescendo no Paraná. Somente no primeiro semestre deste ano foram 3.071 trabalhadores afastados de suas atividades laborais em virtude de problemas de saúde relacionados ao trabalho. Os dados foram divulgados por uma reportagem da RPC TV, que você pode ver aqui.

“Estes indicadores demonstram um fato que já está em pauta há muito tempo: a ‘coisificação’ dos trabalhadores, que tornaram-se apenas mão de obra, um instrumento de trabalho e geração de lucro. Os números são apenas resultado dos novos métodos de gestão que estabelecem limites acima de qualquer racionalidade, levando a classe trabalhadora ao adoecimento e aos acidentes de trabalho como observado na reportagem”, analisa o professor e advogado Wilson Ramos Filho.

A construção civil, os frigoríficos e a saúde são os setores que puxam este estes números para cima. A situação dos bancários é outra que preocupa. Somente em 2013 150 bancários foram afastados no Paraná, sendo 32 vítimas de distúrbios mentais. Em 2002 foram apenas cinco.

“Estes índices mostram a evolução na forma como os trabalhadores bancários estão sendo tratados. Por este motivo estamos realizando uma extensa pesquisa, justamente com os bancários, para demonstrar cientificamente quais são os resultados que estas práticas de gestão trazem para os trabalhadores”, completa o professor.

Para saber mais sobre a pesquisa que está sendo desenvolvida pelo Instituto Declatra sobre a saúde dos bancários, clique aqui.

Investigação – O Ministério Público do Paraná tem trabalhado de forma assertiva em irregularidades envolvendo a saúde do trabalhador. “ Em toda e qualquer denuncia oriunda do trabalhador, do sindicato profissional, é autuada, gera investigação que resulta em atuação judicial ou não dos procuradores para que a norma seja efetivamente cumprida”, explicou à reportagem da RPC TV procurador Alberto Emiliano Neto, que também faz parte do grupo de pesquisas “Trabalho e Regulação no Estado Constitucional”.

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Ramos Filho, Gonçalves e Auache Advogados Associados
CNPJ: 06.267.576.0001-04
Registro da Ordem Número: 1546

Allan, Salvador e Mendonça Advogados Associados
CNPJ: 06.267.542.0001-01
Registro da Ordem Número: 1557

Humberto Marcial Advogados Associados – EPP
CNPJ: 05.169.858/0001-06
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PARANÁ
R. Comendador Araújo, 692 – Bairro: Batel
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