Escritores e juristas debatem o livro “Relações Indecentes” em live nesta quarta-feira
O Coletivo Transforma MP promove, nesta quarta-feira (19), às 18h, o debate “Relações Indecentes: descortinando a Lava Jato” com transmissão ao vivo pelo YouTube. O ponto central será a atuação da força-tarefa, as análises presentes no livro e as revelações do The Intecept Brasil que apontaram conluios para prejudicar adversários políticos.
Os convidados são o presidente do Instituto Declatra, Wilson Ramos Filho, o Xixo, o magistrado e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Hugo Melo, a pesquisadora da UnB Tânia Oliveira e a escritora e doutora em filosofia, Elika Takimoto. A procuradora Vanessa Patriota e o promotor José Borges Jr, ambos membros do coletivo Transforma MP, mediarão o debate.
Clique aqui para acessar o canal onde será transmitido o debate e confira abaixo um pouco mais sobre os debatedores.
Wilson Ramos Filho (Xixo) é professor na UFPR, presidente do Instituto Defesa da Classe Trabalhadora.
Elika Takimoto é Professora de Física do CEFET/RJ, Doutora em Filosofia pela UERJ, Mestre em História pela UFRJ, vencedora do prêmio Saraiva Literatura.
Hugo Melo é Juiz do Trabalho, Doutor em Ciência Política, Professor da UFPE, Presidente da Academia Pernambucana de Direito do Trabalho e Membro da ABJD.
Tânia Oliveira é membra da coordenação nacional da Associação Brasileira de juristas pela democracia -ABJD, pesquisadora do grupo candango de criminologia – GCcrim/Unb.
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Movimentos sociais apresentam pedido de Impeachment de Bolsonaro
Centenas de entidades ligadas aos movimentos sociais apresentaram na manhã desta terça-feira(14), na Câmara dos Deputados, em Brasília, um pedido de impeachment de Jair Bolsonaro. Entre os signatários do documento está o Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (iDeclatra) e seu presidente, Wilson Ramos Filho. Personalidades de diversas áreas, desde a cultura, passando pela ciência, religião até a imprensa e esportes também subscrevem o pedido.
De acordo com Ramos Filho, o documento aponta uma série de crimes de responsabilidade cometidos por Jair Bolsonaro. As irregularidades vão desde a prática de abuso de poder até crimes contra a segurança interna. “A lista é grande. É possível escolher um crime de responsabilidade ao gosto do freguês. Não há nada que precise ser inventado ou tergiversado. Está tudo ali, fatos com provas e imputações dos crimes. A política ambiental, a segurança interna, direitos sociais e até mesmo o combate, ou o não combate, à pandemia de Covid-19. As provas e os argumentos estão prontos. Agora é preciso vontade política”, explica o jurista.
A ausência de políticas públicas definidas para o combate ao novo coronavírus também está amplamente detalhada no documento de 141 páginas. “O Presidente minimizou o problema desde que o Sars-Cov-2 (novo coronavírus), causador da doença conhecida como Covid-19, chegou ao país, ora mencionando tratar-se de uma “gripezinha”, ora buscando realizar campanhas contra o distanciamento social preconizado pela Organização Mundial da Saúde como modo mais eficaz de conter o avanço da doença. Ou seja, diante da mais grave crise de saúde pública da história do país e do planeta, o Presidente da República, irresponsavelmente, oscilou entre o negacionismo, o menosprezo e a sabotagem assumida das políticas de prevenção e atenção à saúde dos cidadãos brasileiros”, diz trecho do documento.
:: Clique aqui para conferir a íntegra do pedido de impeachment
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Pandemias e pandemônio no Brasil é lançado com download gratuito
Trinta e oito autores, 29 textos e o cenário brasileiro durante a pandemia da Covid-19. Este é o livro “Pandemias e pandemônio no Brasil”, lançado pelo Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (iDeclatra) em parceria com a editora Tirant lo Blanch. A obra, que tem como objetivo discutir a conjuntura nacional neste período de restrições e agravamento das crises sanitárias e humanitárias, foi disponibilizada para leitura de forma gratuita (clique aqui para baixar).
“São autores renomados que analisam temas imprescindíveis para este momento de crises pelo qual passa o Brasil. Crise sanitária, pela pandemia e também uma crise humanitária, provocada pelas políticas do Governo Federal, que ignora as normas mais básicas de qualquer ponto de vista que se analise”, avalia o advogado Ricardo Mendonça, um dos autores do livro.
Pandemias e pandemônio no Brasil reuniu autores das mais diversas áreas como jurídica, ciência política, economia, educação, jornalismo, saúde (física e mental), sociologia e ativismo. A organização ficou a cargo de Cristiane Brandão Augusto e Rogério Dultra dos Santos, com ilustrações do professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Roddolfo Carvalho.
Os textos são separados por temas. Pandemia do Capitalismo Global, Pandemônio na Política, Pandemônio nos Poderes, Pandemia da Precarização do Trabalho, Pandemia dos Ataques à Educação, Pandemias do Racismo, da violência de gênero e LGBTI, Pandemia do Sistema Penal e Pandemias, Poesia e Prosa são os eixos centrais que sustentam a estrutura do livro.
“O livro traz leituras necessárias neste momento para entendermos o que está acontecendo no cenário brasileiro. Ao analisarmos esta situação decidimos publicar o livro de forma gratuita, inclusive por conta do isolamento social. Queremos contribuir com o debate mas também fornecendo os meios para que as pessoas se informem um pouco mais sobre a nossa conjuntura”, declara Jane Salvador, diretora do instituto e que também escreve na obra.
A lista completa dos autores incluí Alberto Emiliano de Oliveira Neto, Alexandra Sánchez, Ana Carolina Galvão ,Antônio Pele e Andreu Wilson, Bernard Larouzé, Bernardo Nogueira, Carlos Eduardo Martins, Carlos Magno Spricigo, Cléber Lázaro Julião Costa, Cristiane Brandão Augusto (Org.), Cristiane Pereira, Darlan Montenegro, Denise Assis, Elver Andrade Moronte, Evandro Menezes de Carvalho, Fabiane Lopes, Jane Salvador de Bueno Gizzi, Javier Alejandro Lifschitz, João Ricardo Dornelles, José Carlos Moreira da Silva Filho, Juliana Neuenschwander, Junia de Mattos Zaidan, Lívia Sampaio, Luciana Simas, Manoel Severino Moraes de Almeida, Marcus Giraldes, Marcus Ianoni, Mayra Goulart, Ricardo Nunes de Mendonça, Roddolfo Carvalho, Rogerio Dultra dos Santos (Org.), Rute Alonso, Sérgio Graziano, Tânia Maria S. de Oliveira, Vilma Diuana e Wilson Ramos Filho (Xixo), além de uma entrevista com Eugênio Aragão.
:: Clique aqui para fazer download gratuito do livro em formato eletrônico.
Crédito da imagem: Rodolfo Carvalho
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Quarentena – Reflexões sobre a pandemia e depois é lançado com download gratuito
A Editora Praxis lançou o livro “Quarentena – Reflexões sobre a pandemia e depois”. A obra, que reúne artigos cuidadosamente selecionados de 22 renomados autores nacionais e internacionais, contou com a organização do magistrado Hugo Melo Filho e da advogada Anjuli Tostes. O presidente do Instituto Declatra, Wilson Ramos Filho, o Xixo, é um dos co-autores com o texto “Meteoro”.
Segundo o texto da editora, o livro traz artigos “ elaborados no calor do momento em que tudo acontece, por gente experiente e preparada para analisar a conjuntura e projetar os efeitos desta crise mundial nos campos da política, da economia, da sociologia, do direito e da filosofia”.
Os autores que assinam os textos, além de Xixo, são Ananda Isoni, Anjuli Tostes, Boaventura de Sousa Santos, Ciro Gomes, Eduardo Moreira, Flávio Dino, Hugo Melo Filho, Jeffrey Sachs, Joseph Stglitz, Ladislau Dowbor, Luis Beluzzo, Marcio Pochmann, Michael Lowy, Noam Chomsky, Pedro Otoni, Ricardo Antunes, Slavoj Zizek, Tarso Genro, Valdete Severo, Vladimir Safatle e Wilton Moreira.
Clique aqui para saber mais sobre o livro e fazer o download gratuito da obra.
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A Covid-19 desnudou o capitalismo brasileiro
As crises causadas pela pandemia da Covid-19 desnudaram o capitalismo brasileiro. A análise é do presidente do Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra), Wilson Ramos Filho, o Xixo, durante o programa iDeclatra na Cultura desta quinta-feira (2). A pauta, baseada no artigo “Nudez”, de sua autoria, tratou de como o capitalismo, especialmente o brasileiro, está tratando os reflexos da doença e também formas alternativas de existir ao capitalismo.
Xixo lembrou de quatro vídeos que viralizaram nas mídias sociais nas últimas semanas. Todos eles de empresários que adotavam uma postura negacionista dos efeitos da doença nas pessoas e na sociedade. No seu conteúdo, Luciano Hang (Havan), Júnior Durski (Madero e Jeronimo), Joanir Zonta (Condor) e Nelson Justus (Empresas de Publicidade), minimizaram os riscos conclamando as pessoas a retornarem aos seus trabalhos e pelo fim do isolamento social.
“Eles ficam em isolamento e pedem para seus trabalhadores se infectarem. Com isso levam o vírus para suas casas e disseminam para várias pessoas. No Brasil, as contas mostram cientificamente, que caso as proposta destes empresários fossem adotadas poderíamos chegar a 1 milhão de pessoas mortas. Ao pegar esses quatro empresários você tira uma média de como pensa o medíocre empresariado brasileiro. Eles só tem lucro se as pessoas trabalharem para eles. É a parte do trabalho não paga que gera sua riqueza. Por isso estão tão desesperados”, enfatizou.
As carretas organizadas na última semana em defesa do fim do isolamento social, que ficaram conhecidas como movimentos “’pró-virus”, também foram alvo de análise do professor com PhD em Direito. “Eles diziam isso: precisamos que as pessoas se sacrifiquem e trabalhem para que os empresários tenham lucro, ainda que isso cause milhares de mortes no Brasil. Agora estão em uma pressão enorme em cima dos estados para encerrarem as acertadas medidas que adotaram. Então, de um lado estão as ações de prevenção e do outro a ganância individualista dos empresários querendo que os governadores ponham fim as medidas protetivas para que os lucros sejam assegurados. Então temos o capitalismo nu”, sentenciou.
A ainda segundo ele, a atual crise do capitalismo poderá ser ainda maior que a de 1929, quando milhares de pessoas morreram e outras tantas passaram fome. Nestes casos, após momentos disruptivos, costumam acontecer duas possibilidades. A primeira é uma saída democrática com valorização dos direitos sociais, a exemplo do que aconteceu com a fundação de estados baseados na social democracia. A outra hipótese é a saída autocrática, como aconteceu na Alemanha, Itália, Espanha e Portugal.
“Parece que novamente estaremos em frente a uma situação disjuntiva. Ou o retorno do estado garantindo direitos ou o surgimento de regimes de extrema direita. Depois do isolamento ou seguimos com uma proposta democrática que todos desejamos ou corremos o risco de ter saídas autoritárias com regimes autocráticos”, analisou.
Segundo ele, a esperança é que o período de confinamento faça cada indivíduo refletir sobre a forma capitalista de existir, inclusive a sua própria. “Nós fomos acostumados, na últimas décadas, a achar que a maneira de existir capitalista seria a única possível. É mais fácil pensar o fim do mundo do que no fim do capitalismo. Conseguimos imaginar a possibilidade de um meteoro, ou uma catástrofe material que traria o fim do mundo. Mas pensar que uma outra maneira de existir que não fosse fundada na exploração do trabalho dos outros seria uma coisa totalmente irracional”, ponderou.
“No seu guarda-roupa têm coisas que você não usa. Compra-se por impulso de consumismo fomentada pelas propagandas que criam necessidades. Quantos de nós, olhando nossas vidas, perceberemos que compramos o que não era necessário? As pessoas não precisam trocar de carro todo ano, não precisam ter tudo que adquiriram por impulso. Uma forma de vida mais simples, com melhor distribuição de renda, talvez pudesse fazer com que todos vivamos melhor. Se o lucro não fosse tão grande, poderiam reduzir as desigualdades, vivendo como menos mortes, menos sofrimento e menos desesperança”, completou Xixo.
MP 936 – Questionado sobre a Medida Provisória 936/2020, anunciada pelo Governo Federal, Xixo analisa que ela atende principalmente aos interesses dos empresários e do próprio tesouro nacional. “Se houver um grande número de demissões neste momento, uma grande massa buscará o seguro-desemprego. Desta forma ele economiza com um percentual inferior do que do próprio desemprego em massa. Ou seja, digamos que atende aos interesses dos empresários e do caixa do Governo Federal. Se atende a classe trabalhadora? Eu diria que não. Na hipótese das empresas que têm faturamento acima de R$ 4.8 milhões e para quem ganha até 3 salários mínimos poderia ser interessante. A empresa pagaria 30% e esse benefício criado pela MP entraria com os outros 70%. Mas nem isso eu acredito que interessaria a totalidade da classe trabalhadora”, comentou.
Ainda segundo ele, mesmo esta medida pode não agradar parte do empresariado. “O mais curioso é que eu não acredito que os empregadores queiram adotar a MP. Aí vou entrar em assunto polêmico. A medida provisória estabeleceu que a garantia de emprego tem o dobro do prazo se uma das possibilidades for adotada, seja se for com a redução de jornada, seja a suspensão do contrato de trabalho. Digamos que na redução da jornada de trabalho com redução por 90 dias, o trabalhador teria garantia de emprego pro 180 dias. Na suspensão por dois meses, teria garantia por 4 meses. Salário e emprego garantido para o medíocre empresário brasileiro é quase hermético. Muito provavelmente muito deles preferirão não adotar ou aplicar essa MP 936. Lembrem-se, entretanto, que é possível emendas e alterações. É muito precoce a análise de tudo isso”, considerou.
Todavia, ele fez duras críticas à inércia do Governo Federal na implantação das medidas anunciadas desde o início da pandemia. “O benefício dos R$ 600 para trabalhadores informais ou pequeno e micro-empreendedores. Vai demorar duas semanas para cair na conta corrente. As medidas anunciadas ontem até a regulamentação devem demorar outras duas duas semanas. Há uma outra medida anunciada que seria o financiamento para empresas com faturamento inferior a R$ 10 milhões no ano com juros especiais de 3.76% ao ano e pagamento em 36 parcelas a partir do ano que vem. Nenhum banco sabe como operacionalizar isso. Muita coisa aparecendo na mídia sem efeito prático na vida das pessoas”, analisou.
O iDeclatra na Cultura é transmitido todas as terças e quintas-feiras, ao meio-dia, na Rádio Cultura de Curitiba. Você pode acompanhar o programa ao vivo pela AM 930, pelo site, pela Fan Page do Instituto Declatra ou da própria Rádio Cultura.
Confira o programa desta quinta-feira (3) na íntegra:
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Nova administração do TRT-PR é empossada
Na sexta-feira (6) os desembargadores eleitos para administração TRT do Paraná durante o biênio 2019-2021 foram empossados durante sessão solene na sede da Corte, em Curitiba. Sérgio Murilo Rodrigues Lemos, Célio Horst Waldraff e Nair Maria Lunardelli Ramos foram eleitos para os cargos de presidente, vice-presidente e corregedora regional do Tribunal, respectivamente.
O novo presidente da Corte em seu discurso de posse fez uma defesa incisiva da Justiça do Trabalho, alvo constante de críticas neste momento de retrocessos sociais. “A crítica contínua e desenfreada ao ramo mais eficiente da Justiça Brasileira é apenas fruto de articulação de projetos antigos, de interesses outros que não ao sentido de construção de uma sociedade justa e sustentável. Não se destrói o sentido dado ao trabalho pelos nossos pais: o trabalho dignifica o homem. Não qualquer trabalho, não qualquer remuneração, não qualquer condição. Apenas o trabalho digno”, afirmou.
Rodrigues Lemos, em seu discurso, também fez uma citação ao livro Direito Capitalista do Trabalho, de autoria de Wilson Ramos Filho, o Xixo, presidente do Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra) e ex-sócio do escritório de advocacia.
“Como relata o Professor Doutor Wilson Ramos Filho na obra O Direito Capitalista do Trabalho, a Justiça do Trabalho tem histórico papel de controle e desarticulação do movimento dos trabalhadores”, afirmou entre uma e outra citação da obra durante seu discurso.
Também foram empossados os desembargadores Arnor Lima Neto, como diretor da Escola Judicial (EJ), Aramis de Souza Silveira, vice-diretor da EJ, Edmilson Antonio de Lima, novo ouvidor do Tribunal, e Marlene T. Fuverki Suguimatsu, vice-ouvidora.
Veja a íntegra da solenidade clicando aqui.
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Relações Obscenas é lançado em Campinas
Na quinta-feira (24) foi realizado, em Campinas, mais um lançamento do “Relações Obscenas – As Revelações do The Intercept”. A obra é organizada pelo Instituto Declatra e o coletivo LEME, com apoio do Instituto Joaquín Herrera Flores e lançado pela editora Tirant Lo Blanch. Ao todo, mais de 60 autores de diferentes áreas de atuação fazem uma análise crítica sobre a primeira parte das reportagens do The Intercept Brasil e seus parceiros sobre os vazamentos envolvendo a força-tarefa da Lava Jato e outras autoridades.
No evento de Campinas também aconteceu o ato #MoroMente, organizado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD). O objetivo é apontar para os riscos à democracia quando magistrados deixam de atuar de forma imparcial e colocam seus interesses pessoais acima da lei.
O presidente do Instituto Declatra, Wilson Ramos Filho, o Xixo, esteve presente ao lado da jornalista Maria Inês Nassif, ambos são coordenadores do livro. Também participaram as professoras Adriana Nunes (ABED-Associação Brasileira de Economistas pela Democracia), Glaucia Fraccaro (Historiadores pela Democracia), Marilane Teixeira (SOF Sempreviva Organização Feminista); Beatriz Cleto (FENED – Federação Nacional de Estudantes de Direito); e o professor Marcio Pochmann (Fundação Perseu Abramo).
Os advogados Eduardo Surian Matias e Brenno Tardelli e a filósofa e escritora Djamila Ribeiro, autores do livro, marcaram presença expondo os estragos causados ao Brasil pelos integrantes da Lava Jato, com a desculpa do necessário combate à corrupção.
Clique aqui para ver o vídeo da transmissão ao vivo do evento.
Com informações da ABJD.
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‘Relações obscenas’: livro aponta ‘grave violações jurídicas’ em revelações da Vaja Jato
Por Luís Eduardo Gomes / Sul 21
Em evento realizado no Chalé da Praça XV, o Instituto Novos Paradigmas (INP) promoveu na noite desta terça-feira (15) o lançamento do livro “Relações Obscenas: As revelações do The Intercept-BR” em Porto Alegre. Organizado por Wilson Ramos Filho, Maria Inês Nassif, Hugo Cavalcanti Melo Filho e Mirian Gonçalves, o livro traz cerca de 60 artigos que analisam juridicamente as informações reveladas pela série de reportagens Vaza Jato entre os meses de junho e julho deste ano (um novo livro irá analisar as revelações mais recentes). Os autores consideram que o conteúdo das conversas entre procuradores da Lava Jato e o ex-juiz Sérgio Moro já configuram graves violações jurídicas.
Anfitrião da noite, o ex-governador e presidente do conselho do INP, Tarso Genro, abriu o evento destacando que as “relações obscenas” apontadas no livro são fruto do casamento da ideologia neoliberal com um ideal “paranoico e fascista” que tomou parte de setores da classe média e das corporações jurídicas e que acabou resultando na eleição de Jair Bolsonaro (PSL). “Só poderia ser eleito a partir de relações obscenas da grande burguesia com setores do judiciário, do Ministério Público, com articulação internacional”, disse Tarso.
Tarso afirmou que há um movimento mundial “anti-humanista e anti-iluminista” que vem promovendo esse casamento entre o autoritarismo e o neoliberalismo, o que ele considerou, citando o filósofo Georg Lukács, como um movimento de “assalto à razão”. “É um assalto à razão social-democrata, é um assalto à democracia, os direitos humanos, aos direitos da classe trabalhadora, aos direitos das mulheres, ao direito das pessoas exercerem livremente sua sexualidade”, disse o ex-governador.
Ao final de sua fala, Tarso afirmou que, para enfrentar esse movimento, é preciso união das forças democráticas e propôs que o Rio Grande do Sul se torne, nas eleições municipais de 2022, um exemplo de “unidade programática pela esquerda” para o Brasil.
Um dos organizadores da obra, Wilson Ramos Filho, jurista e presidente do Instituto Declatra, destacou em sua fala que “Relações Obscenas” compõe uma coletânea de livros que vêm sendo publicados desde o golpe de 2016 com artigos e ensaios para analisar a conjuntura do País. Ele afirmou que, originalmente, estava previsto para ser lançado o terceiro volume da série “Enciclopédia do Golpe”, mas os organizadores decidiram mudar os rumos do projeto a partir das revelações do The Intercept Brasil sobre a Lava Jato. “Vários intelectuais analisaram as revelações da Vaza Jato, dissecando as relações obscenas entre procuradores e o juiz da causa”, disse.
Ramos pontuou que o livro traz análises sobre as reportagens da Vaza Jato publicadas nos meses de junho e julho porque já é possível considerar que elas revelaram “graves violações jurídicas”. Ele destaca que um novo volume está sendo preparado, a ser chamado “Relações Indecentes”, com artigos sobre as reportagens publicadas entre os meses de agosto e outubro. “Nós não sabíamos que tínhamos tantos fascistas no Brasil, mas não sabíamos especialmente que tínhamos tantos fascistas nas nossas famílias”, disse. “Para enfrentar isso, vamos precisar de uma revolução cultural, que se dará no campo das ideias. E esse livro tenta contribuir para isso”, disse.
Jurista e conselheiro do INP, Mauro Menezes também destacou que as revelações da Vaza Jato entre junho e julho já eram “suficientes para demonstrar um desvio que era previsível, mas ainda não tinha sido comprovado”. “Nós tínhamos indícios, mas não evidências, de que a Lava Jato se colocava no epicentro de uma articulação política com o empresariado, com a mídia, com a Justiça, em um espaço que não lhe cabia”, disse. “A Vaza Jato trouxe à tona a confirmação de que houve compartilhamento de informações privilegiadas sem que a defesa tivesse acesso”, complementou.
Mauro acrescentou ainda que o conteúdo do vazamento nunca foi negado de forma dura pelos envolvidos, pelo contrário, foram admitidos numa “tentativa de normalização”, o que ele considerou como algo “absolutamente impróprio”. “Ao contrário de promover uma revolução ética e moral no Brasil, (a Lava Jato) promoveu a corrosão do Judiciário”, disse.
O evento também contou com uma participação, via internet, do jornalista argentino Martín Granovsky, do jornal Página 12, que avaliou que a utilização da Justiça como uma braço político a serviço da direita e da extrema-direita também vem acontecendo em outros países da América Latina. Granovsky fez uma breve avaliação do cenário político na Argentina, pontuando que a chapa formada por Alberto Fernández e Cristina Kirchner deve derrotar o atual presidente Mauricio Macri nas eleições que ocorrem no final deste mês. Segundo ele, a campanha do país se assemelha ao cenário eleitoral de 2003 no Brasil, quando Lula foi eleito com uma plataforma de combate à fome. Nesse momento, destacou Granovsky, há 5 milhões de argentinos passando fome em um cenário de alto desemprego e colapso das empresas médias e pequenas. Ele projetou que Fernández deve ser eleito ainda em primeiro turno, possivelmente com mais de 50% dos votos válidos (na Argentina não é necessário 50% dos votos válidos para se eleger em primeiro turno, basta uma vantagem superior a 10% e mais de 40% dos votos).
Último a falar no evento, o advogado e diretor do Sul21 Antonio Escosteguy Castro pontuou que resultados eleitorais recentes em países como Hungria, Portugal e Polônia já indicam a reversão de uma onda mundial a favor de partidos de extrema-direita, que ele considerou que teve seu ápice no Brasil, por eleger o seu representante “mais despreparado”. Ele avaliou que essa onda foi possível porque há um descontentamento que vai da “Nova Zelândia ao Alasca” com a democracia liberal representativa e que a crise desse modelo permitiu o surgimento da união de interesses de grandes corporações com o judiciário em torno de “projetos pessoais de poder”.
Castro destacou que, hoje, cabe à esquerda fazer a defesa dessa democracia liberal representativa no âmbito do enfrentamento ao fascismo, mas que é preciso também pensar em uma proposta diferente para quando esse momento autoritário passar. “Quando nós derrotarmos o fascismo, temos que voltar a ser capazes de encantar as massas num processo de transformação que tem que incluir um aprofundamento da democracia”, disse.
“Relações obscenas” foi lançado pela editora Tirant Lo Blanch e pode ser adquirido em seu site.
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Relações Obscenas será lançado em Campinas no dia 24
No próximo dia 24 de outubro será lançado, em Campinas, no interior de São Paulo, o livro “Relações Obscenas – As Revelações do The Intercept”. A atividade faz parte de um evento organizado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) dentro da campanha #MoroMente e reunirá intelectuais em defesa dos direitos sociais.
Para o lançamento que acontecerá no auditório da ADunicamp, a partir de 18h, já confirmaram presença o presidente do Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra), Wilson Ramos Filho, o Xixo, além da filósofa e pesquisadora Djamila Ribeiro, dos juristas Brenno Tardelli, Pedro Serrano, Wilson Ramos Filho e Eduardo Surian, do professor Wagner de Melo Romão, da jornalista Maria Inês Nassif e das desembargadoras aposentadas Kenarik Boujikian e Magda Biavaschi.
A realização é uma parceria entre a Associação de Juristas e o Leme, com apoio da ADunicamp, Declatra (Instituto Defesa da Classe Trabalhadora) e Advogad@s Independentes de Campinas.
O livro “Relações Obscenas”, organizado pelo Instituto Declatra e o coletivo LEME, com apoio do Instituto Joaquín Herrera Flores e lançado pela editora Tirant Lo Blanchm, conta com a análise crítica de mais de 60 autores diferentes áreas de atuação. Os artigos analisam a primeira parte das reportagens do The Intercept Brasil e seus parceiros.
Serviço: Ato #MoroMente e Lançamento do Livro “Relações Obscenas”
Data: 24/10/19 (Quinta-feira)
Hora: 18h
Local: Auditório da ADunicamp. Unicamp – Setor Universitário 851, Av. Érico Veríssimo, 1479. Cidade Universitária, Campinas – SP
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